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Avaliação da eficácia e segurança de uma estratégia para tratamento da doença falciforme baseada na terapia gênica com um vetor viral para expressão de hemopexina

Texto completo
Autor(es):
Franciele de Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Erich Vinicius De Paula; Margareth Castro Ozelo; Marilda de Souza Gonçalves; Fabíola Traina; Bidossessi Wilfried Hounkpe
Orientador: Erich Vinicius De Paula
Resumo

A anemia falciforme (AF) é a hemoglobinopatia mais frequente no mundo, sendo um dos seus mecanismos patológicos principais a hemólise intravascular crônica. O heme é uma molécula fundamental para diversos processos biológicos, mas em doenças onde ocorre muito hemólise há um aumento de heme livre na circulação que pode ser tóxico para as células e tecidos. A hemopexina (HPX) é uma proteína circulante responsável pela remoção do heme livre da circulação, cujos níveis podem estar esgotados em condições de hemólise crônica, como na AF. Assim, aumentar os níveis de HPX representa uma estratégia atraente para mitigar os efeitos deletérios do heme nessas condições. A terapia gênica com vetores virais adeno-associados (AAV) é uma estratégia de tratamento que nos últimos anos acumulou diversos sucessos em humanos. Nosso objetivo foi usar um vetor baseado em um vírus adeno-associado sorotipo 8 (AAV8) que expressa a proteína HPX humana (hHPX) ou HPX murina (mHPX) em modelos animais de hemólise, avaliando sua eficácia e segurança. Camundongos C57Bl/6j foram injetados com doses do vetor e a expressão foi avaliada por ELISA, Western Blot e qPCR. Além disso, a atividade biológica da hHPX transgênica foi confirmada usando dois modelos diferentes de desafio heme consistindo em injeções seriadas de heme ou hemólise induzida por fenilhidrazina. Também utilizamos um modelo animal de AF, o Townes, para avaliar perfis de segurança e eficácia deste vetor. Em camundongos C57Bl/6j a expressão sustentada de hHPX foi confirmada por até 26 semanas no plasma. A expressão foi dependente da dose e não associada a sinais clínicos de toxicidade. Os níveis de hHPX foram significativamente reduzidos por infusões de heme e hemólise induzida por fenilhidrazina. Nenhuma toxicidade clínica ou sinais laboratoriais de dano hepático foram observados nos estudos de desafio de curto prazo com heme. No modelo Townes, caracterizado por hemólise sustentada, a expressão de hHPX foi confirmada em fígado mas os níveis circulantes não atingiram os patamares esperados. Além disso, utilizando o vetor mHPX, vimos que ele foi capaz de aumentar a expressão de HPX murina em camundongos C57Bl/6j de forma sustentada e dose-dependente. Nos camundongos Townes, observamos um aumento significativo na expressão gênica de mHPX, mas os níveis circulantes permaneceram baixos. Entretanto, notamos uma tendência a ganho de peso nos animais injetados com o vetor mHPX, o que sugere sua eficácia. Nossos resultados confirmam a factibilidade e segurança da transferência gênica da HPX mesmo em modelos de sobrecarga de heme. Além disso, o uso de um vetor que expressa HPX murina se tornou uma estratégia interessante e com maior potencial terapêutico, sugerindo que o uso da mHPX pode modular os parâmetros que não foram capazes de serem avaliados com a hHPX (AU)

Processo FAPESP: 18/23484-7 - Avaliação da eficácia e segurança de uma estratégia de baseada em terapia gênica com um vetor viral para expressão de hemopexina em modelos animais de Doença Falciforme
Beneficiário:Franciele de Lima
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado