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Efeito de inseticidas na disseminação secundária do tomato severe rugose virus (ToSRV) e do tomato chlorosis virus (ToCV) por Bemisia tabaci MEAM1, distância de disseminação do ToSRV e uma abordagem nanotecnológica para o manejo químico do vetor

Texto completo
Autor(es):
Felipe Franco de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jorge Alberto Marques Rezende; Joao Roberto Spotti Lopes; Alice Kazuko Inoue Nagata
Orientador: Jorge Alberto Marques Rezende
Resumo

O tomate é considerado um dos principais produtos agrícolas do Brasil e do mundo. No entanto, vários fatores podem afetar os campos de tomateiros, como doenças causadas pelo tomato severe rugose virus (ToSRV) e tomato chlorosis virus (ToCV), ambos transmitidos por Bemisia tabaci Middle East-Asia Minor 1 (MEAM1). Estudos epidemiológicos demonstram que a chegada e o desenvolvimento das epidemias de ToSRV e ToCV nos campos de produção de tomate ocorrem principalmente através de infecções primárias, o que torna as fontes externas de inóculo extremamente importantes para as epidemias destas doenças. No entanto, a hipótese de que o inóculo que causa o desenvolvimento da epidemia pode estar próximo da plantação de tomateiros é pouco explorada até agora. Para tanto, o primeiro objetivo foi avaliar o voo de curta distância (10, 20, 30 e 50 metros) de B. tabaci MEAM1, através da marcação-liberação-recaptura dos insetos e a consequente transmissão do ToSRV para tomateiros colocados a distâncias crescentes do ponto de liberação do vetor. A eficácia de duas fontes de proteína (albumina de clara de ovo de galinha pasteurizada e extratos comerciais à base de soja como fontes de albumina e lecitina) e dois corantes (azul ou rosa) utilizados como marcadores de insetos também foi avaliada. Adultos virulíferos marcados de B. tabaci MEAM1 atingiram no máximo 30 m do ponto de liberação e nenhum tomateiro infectado com ToSRV foi detectado a 50 metros . As proteínas ou os corantes não afetaram a mortalidade de B. tabaci MEAM1, embora os testes de campo tenham mostrado que foram recapturados menos insetos marcados do que não marcados. Os resultados reforçam a suspeita de que a fonte de inóculo de ToSRV que suporta a epidemia deve estar próxima das áreas de cultivo dos tomateiros. No segundo objetivo estudou-se a hipótese de que como são improváveis fontes de inóculo (\"reservoir\") suficientemente fortes para sustentar elevadas incidências apenas através da disseminação primária, a disseminação secundária pode ocorrer, mesmo quando o vetor é eficientemente controlado com inseticidas. Avaliou-se as incidências ToSRV e ToCV em campos experimentais de tomateiros pulverizados alternadamente três vezes por semana com ciantraniliprole, acetamiprido e flupiradifurona. Foram utilizadas três áreas: plantas pulverizadas, não-pulverizadas e controle. As áreas com tomateiros pulverizados e não pulverizados consistiram em 90% de plantas sadias e 10% co-infectadas com ToSRV e ToCV, intercaladas aleatoriamente. Adultos avirulíferos de B. tabaci MEAM1 foram liberados semanalmente nas áreas com tomateiros pulverizados e não pulverizados. Na área controle não houve aplicação de inseticida nem liberação de insetos. O experimento foi repetido uma vez. Os sintomas foram avaliados semanalmente e testes moleculares foram realizados 70 dias após o transplante dos tomateiros para detecção dos vírus. As taxas médias de infecção por ToSRV e ToCV na área com tomateiros não pulverizados no primeiro e segundo experimentos foram de 95% e 81%, enquanto na área com tomateiros pulverizados, 6% e 7%, respectivamente. A área com tomateiros controle não apresentou plantas infectadas. Apesar da redução relevante, o controle químico não impediu completamente a disseminação secundária dos dois vírus. Embora a abordagem de manejo químico seja altamente eficiente na eliminação de adultos de B. tabaci MEAM1, os inseticidas apresentam algumas limitações de ação, permitindo taxas variáveis de transmissão desses vírus. A procura de medidas de controle seguras ao meio ambiente é crescente e novas abordagens para reduzir o volume e a frequência da aplicação de inseticidas nas culturas de tomateiros, mantendo a eficiência são fundamentais. O terceiro objetivo foi avaliar o desempenho do inseticida ciantraniliprole (CNAP) no controle de B. tabaci MEAM1 por meio do desenvolvimento de um nanoinseticida à base de zeína (ZeinCNAP). Após 48 horas de pulverização, a mortalidade do inseto pelo ZeinCNAP foi significativamente diferente à do CNAP comercial. Quando a dose do ZeinCNAP foi reduzida em 10 vezes, a mortalidade do inseto permaneceu igual ao CNAP comercial em dose completa. O peso da massa fresca, parâmetros fotossintéticos e estresse oxidativo, das plantas de tomate pulverizadas com ZeinCNAP não foram afetados, quando comparados com os das plantas não pulverizadas. O nanoinseticida desenvolvido apresenta efeitos promissores na mortalidade de B. tabaci MEAM1 e pode ser considerado seguro para tomateiros. Possivelmente, este estudo é o primeiro a avaliar os efeitos do ciantraniliprole nanoencapsulado em zeína na mortalidade de B. tabaci MEAM1. (AU)

Processo FAPESP: 19/03899-0 - Avaliação de aspectos epidemiológicos do Mosaico Dourado do tomateiro: potenciais de possíveis hospedeiros reservatório e amplificador e dinâmica espacial da transmissão do vírus por Bemisia tabaci MEAM1
Beneficiário:Felipe Franco de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado