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Mecanismos imunes nas fibroses hepática e pulmonar associadas a telomeropatias em modelo murino e doença humana

Texto completo
Autor(es):
Willian Robert Gomes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Rodrigo do Tocantins Calado de Saloma Rodrigues; Ghulam Jeelani Mufti; Lorena Lôbo de Figueiredo Pontes; Dario Simões Zamboni
Orientador: Rodrigo do Tocantins Calado de Saloma Rodrigues
Resumo

Telômeros são estruturas complexas constituídas por sequências repetitivas de nucleotídeos que se associam a proteínas para formar as extremidades dos cromossomos lineares. A extensão telomérica reduz-se a cada ciclo mitótico e, quando os telômeros atingem comprimentos demasiadamente curtos, induzem as células a entrarem em senescência ou apoptose. Diferentes variantes patogênicas podem levar ao encurtamento excessivo dos telômeros, resultando no desenvolvimento de telomeropatias. A falência da célula-tronco hematopoética (anemia aplástica) é uma das principais manifestações clínicas das telomeropatias, porém pacientes podem desenvolver processos fibróticos em órgãos como os pulmões (fibrose pulmonar) e fígado (cirrose). Apesar de haver evidências que mostrem a correlação entre a erosão telomérica e a cirrose hepática, os mecanismos envolvidos neste processo não são bem compreendidos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os mecanismos imunes envolvidos no desenvolvimento de processo fibrótico hepático e pulmonar causado pelo encurtamento telomérico. Para isso, foram estudados modelos murinos nocaute Terc-/- e Tert-/- e animais selvagens com mesmo background genético foram avaliados como controles. A fibrose hepática foi induzida pela infecção controlada por Schistosoma mansoni. Após 12 semanas de infecção, os animais foram sacrificados para coleta de amostras. O índice de fibrose hepática foi determinado por Picro-Sirius Red, e a caracterização fenotípica dos macrófagos infiltrados foi realizada por imunoistoquímica. Macrófagos derivados da medula óssea foram testados quanto à sua capacidade de polarização in vitro. No soro, o perfil de citocinas foi avaliado por CBA para identificação das vias inflamatórias envolvidas. Adicionalmente, também foram estudados pacientes portadores de telomeropatias com fibrose pulmonar e/ou cirrose diagnosticadas por métodos de imagem e/ou biópsia. A caracterização fenotípica e estratificação das subpopulações de linfócitos T, B, NK, monócitos e células dendríticas em sangue periférico foi realizada por citometria de massas (CyTOF) e o padrão de citocinas séricas foi determinado por Luminex a fim de se verificar as diferenças exibidas no perfil imune celular e molecular nos pacientes que desenvolvem doença fibrótica. Os resultados mostram que o silenciamento de Terc ou Tert causa alterações na capacidade de resposta imune em camundongos, especialmente em macrófagos, que culminam em redução da resposta fibrótica pós-infecção com S. mansoni. Pacientes apresentam subpopulações pró-inflamatórias e com fenótipo senescente, além de variações em citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento causadas pelas citopenias. Espera-se que os resultados contribuam para a melhor compreensão de como as disfunções teloméricas influenciam no desenvolvimento de processos fibróticos, e que possíveis novos alvos terapêuticos sejam identificados para tratamento destas complicações. (AU)

Processo FAPESP: 19/25002-2 - Mecanismos imunes nas fibroses hepática e pulmonar associadas a telomeropatias em modelo murino e doença humana
Beneficiário:Willian Robert Gomes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado