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Fragilidade e comprometimento cognitivo: análises longitudinais do estudo FIBRA

Texto completo
Autor(es):
Beatriz Raz Franco de Santana
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Mônica Sanches Yassuda; Paula Teixeira Fernandes; Maria Teresa Carthery Goulart; Aline Cristina Martins Gratão; Henrique Salmazo da Silva
Orientador: Mônica Sanches Yassuda
Resumo

Introdução: A fragilidade é caracterizada por uma condição de vulnerabilidade elevada, decorrente da redução da funcionalidade em diversos sistemas fisiológicos relacionados ao envelhecimento, o que compromete a habilidade de enfrentar estressores, seja em situações agudas ou no dia a dia. Objetivos: Artigo 1: Caracterizar uma amostra de pessoas idosas com comprometimento cognitivo, conforme o status de fragilidade, avaliada de forma indireta por familiares, variáveis clínicas e sociodemográficas. Avaliar a sobreposição das condições clínicas nessa amostra com comprometimento cognitivo. Artigo 2: Investigar longitudinalmente quais características dos participantes do estudo FIBRA na linha de base seriam preditivas de declínio cognitivo e funcional (possível demência) em nove anos. Métodos: Foram utilizadas as informações do banco de dados do Estudo da Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA). No Artigo 1, utilizou-se os dados de 130 pessoas idosas com comprometimento cognitivo avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) na avaliação de seguimento do FIBRA (2016-2017). Foi realizada a descrição dos escores da Escala Clínica de Demência (CDR), Escala Cornell de Depressão em Demência e o Questionário de Atividades Funcionais. A fragilidade foi avaliada indiretamente por meio de questões respondidas pelos familiares de acordo com os cinco critérios que compõem o fenótipo de fragilidade. No Artigo 2, foram utilizados os dados da linha de base e do seguimento de 549 participantes reentrevistados após nove anos, sendo excluídos 98 participantes que tinham comprometimento cognitivo no início do estudo. Dentre os 451 participantes incluídos nesta análise, 85 tinham escore no MEEM abaixo da nota de corte no seguimento, 45 foram identificados com possível demência. Foram utilizadas as variáveis sexo, idade, escolaridade, fragilidade, número de doenças crônicas, tabagismo, uso de álcool. Resultados: Artigo 1: A maior parte da amostra consistiu em mulheres (n=91), com idade média de 82,4 anos (desvio padrão=5,3), tendo em média 3,3 anos de escolaridade (desvio padrão=3,07), sendo 47,7% viúvos e 68% morando com filhos e/ou netos. Além disso, grande parte da amostra apresentava multimorbidade (74,90%), 39,5% exibiam sintomas depressivos, indicativos de depressão maior, 57% apresentavam comprometimento funcional, 49,3% foram considerados frágeis, 37,6% pré-frágeis e 13,10% robustos. Artigo 2: A amostra com os dados do seguimento foi composta predominantemente por mulheres (68,1%), com idade entre 65 e 74 anos (71,6%), baixa escolaridade (75,6%), não fumantes (57,7%), que não consumiam álcool (67,0%) e com duas ou mais doenças crônicas (69,1%). Quanto à fragilidade, na linha de base, 35,5% eram não frágeis, 57,0% pré-frágeis e 7,5% frágeis. No seguimento, 29,4% eram não frágeis, 62,3% pré-frágeis e 8,3% eram frágeis. Quanto à cognição, 85 idosos apresentaram déficit cognitivo no MEEM, sendo que destes 45 apresentavam alterações funcionais, indicando possível demência (incidência de 9%). A regressão logística indicou que a fragilidade na linha de base não se associou à possível demência no seguimento, com associação significativa somente para a variável idade, com maior risco para os mais velhos. Maior escolaridade mostrou tendência a menor risco para possível demência. Conclusões: Entre idosos com alterações cognitivas, é comum a co-ocorrência de fragilidade e de alterações funcionais. A idade mais elevada na linha de base foi um preditor de possível demência após nove anos, enquanto a fragilidade não demonstrou ser um preditor significativo (AU)

Processo FAPESP: 20/08298-2 - Estudo de seguimento das coortes de Campinas e de Ermelino Matarazzo do estudo FIBRA: preditores e desfechos da fragilidade em idosos no Brasil
Beneficiário:Beatriz Raz Franco de Santana
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto