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Efeitos do uso de um Software de Orientação para o Pé Diabético (SOPeD) na prevenção e tratamento das disfunções musculoesqueléticas dos pés de pessoas com neuropatia diabética: um ensaio clínico controlado randomizado - FOotCAre (FOCA I)

Texto completo
Autor(es):
Jane Suelen Silva Pires Ferreira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Isabel de Camargo Neves Sacco; Leonardo Oliveira Pena Costa; Rina Maria Pereira Porta; Ana Carolina Basso Schmitt
Orientador: Isabel de Camargo Neves Sacco
Resumo

Embora haja importantes e volumosas evidências que apontem para a eficácia dos exercícios para pé e tornozelo na redução dos sinais e sintomas da neuropatia periférica diabética (NPD) e no tratamento das alterações musculoesqueléticas associadas, a qualidade dessas evidências ainda é baixa. Devido ao crescente número de pessoas com diabetes e suas frequentes complicações, soluções tecnológicas para aumentar a adesão e o acesso ao tratamento e cuidados essenciais têm sido desenvolvidas. Ademais, em razão da pandemia de saúde global, o uso de tecnologias para o tratamento e monitoramento de condições crônicas se tornaram indispensáveis. Assim, considerando que (i) a NPD resulta em diversas alterações crônicas, tais como incapacitantes sintomas, perda de sensibilidade protetora dos pés, déficits musculoesqueléticos e biomecânicos em pés, tornozelos e durante a marcha; (ii) o autocuidado e o autogerenciamento contínuo são formas importantes de prevenir disfunções e complicações graves, como úlceras e amputações; (iii) ferramentas tecnológicas acessíveis teriam o potencial de ampliar o alcance e democratizar o acesso aos cuidados e ao tratamento das disfunções decorrentes da NPD; este trabalho buscou compreender o impacto de uma intervenção baseada em um web software (Sistema de Orientação para Pé Diabético, SOPeD, www.soped.com.br) para os cuidados preventivos de úlceras e tratamento dos fatores de risco para o pé diabético. Esta tese respondeu objetivos sequenciais em diferentes artigos, sendo o primeiro delinear o protocolo de intervenção fisioterapêutica, incluindo orientações para o autocuidado e autogerenciamento, e um programa de exercícios para os tornozelos e pés para prevenção de úlceras e tratamento dos déficits musculoesqueléticos e biomecânicos de pessoas com diabetes e NPD. O segundo objetivo foi testar a viabilidade, a segurança, a satisfação e a adesão dos participantes a esse programa. E, finalmente, investigou-se, por meio de um ensaio clínico randomizado e controlado, com cegamento dos avaliadores, a efetividade desse programa em 12 e 24 semanas, quanto a desfechos clínicos e funcionais, como sintomas e severidade da NPD, sensibilidade tátil e vibratória nos pés, amplitude de movimento de tornozelo e pé, alcance funcional, força muscular dos pés e biomecânica da marcha. O programa desenvolvido durou 12 semanas, totalizando 36 sessões, sendo cada sessão composta por 8 exercícios. Esse programa é personalizado de acordo com as capacidades físicas individuais e a sua progressão é baseada em um algoritmo integrado ao software que ajusta o volume e intensidade do treino a partir do esforço percebido e relatado pelo usuário. O programa de exercícios e o protocolo do ensaio clínico foram considerados viáveis e exequíveis, apesar da dificuldade de contato (taxa de sucesso de 23%) e recrutamento (taxa de sucesso de 70%) dos participantes. O programa foi considerado seguro pelos participantes (mediana do escore 5 de 5), satisfatório (mediana do escore 5 de 5) e teve uma adesão de 66,7% do total das sessões oferecidas (36 sessões). Como parte final dessa tese, foi realizado o ensaio clínico randomizado controlado envolvendo 62 indivíduos que foram divididos em dois grupos: intervenção e controle e avaliados no baseline, após 12 semanas de intervenção e após 24 semanas de follow-up. Os principais resultados mostraram que o programa baseado no SOPeD foi capaz de melhorar o alcance funcional após 12 semanas, melhorar a função dos pés, reduzir a dor nos pés e aumentar a flexão plantar no push-off da marcha após 24 semanas. Além disso, o programa foi seguro com mínimos eventos adversos e pode ser considerado uma alternativa efetiva para a prevenção e tratamento de alguns fatores de risco modificáveis para úlceras (AU)

Processo FAPESP: 19/02522-0 - Tecnologia de reabilitação para prevenção de disfunções musculoesqueléticas e dos pés de pessoas com Diabetes Mellitus: ensaio FootCAre (FoCa) preventivo controlado randomizado
Beneficiário:Jane Suelen Silva Pires Ferreira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado