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O cotidiano de crianças de 0 a 3 anos e suas famílias de uma comunidade rural assentada: significações e práticas familiares

Texto completo
Autor(es):
Marcella Oliveira Araújo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ana Paula Soares da Silva; Eliana da Silva Felipe; Isabel de Oliveira e Silva
Orientador: Ana Paula Soares da Silva
Resumo

O objetivo deste estudo foi compreender o cotidiano de crianças de 0 a 3 anos moradoras de uma comunidade rural assentada, a partir e pelas significações e práticas familiares. Para isso, foi realizada uma pesquisa etnográfica a partir da perspectiva teórica metodológica da Rede de Significações RedSig. A construção do material empírico foi feita por meio dos seguintes recursos metodológicos: aplicação de questionário a 14 famílias assentadas com 16 crianças de 0 a 3 anos; observações registradas sob o formato de diário de campo, realizadas durante quatro semanas com cada uma de três crianças e suas famílias (Paulinha, 10 meses; Maria, 1 ano e 5 meses; Joaquim, 2 anos e 5 meses); entrevistas com membros das três famílias observadas. Na presente pesquisa, o caminho escolhido de apropriação da etnografia consiste em diálogo com a RedSig, na descrição dos diferentes elementos que compõem o universo semiótico das crianças e suas famílias do campo, e suas práticas familiares. A partir disso, construiu-se a configuração do cotidiano de 16 crianças de 0 a 3 anos da comunidade rural investigada, a partir da caracterização da amostra, das pessoas relacionadas como participantes do dia a dia da criança; das atividades, espaços e brincadeiras; das significações sobre o cuidado e a educação da criança do campo; e dos dias típico e de final de semana das crianças de 0 a 3 anos. Os dias de Paulinha, Maria e Joaquim foram descritos por meio de Redes, elucidando suas histórias, seus enredos com os cenários, os personagens, os tipos de relações e papéis, e as relações com os objetivos e animais. Para compor essa descrição, foram utilizados também trechos dos questionários e das entrevistas realizadas na composição das redes de cada criança. Os diários de campo das crianças contaram a história não só delas mesmas, mas de redes de relações amplas, complexas, permeadas por aspectos afetivos, econômicos, culturais e políticos, marcada por relações geracionais e por modos de se conceber e cuidar da criança pequena. Além disso, contrariamente às concepções tradicionais, os dias das crianças de 0 a 3 anos desta comunidade não se restringiram ao espaço doméstico, participando de diferentes atividades domésticas, de trabalho na terra e de relações com os animais; em diferentes espaços, no campo e na cidade. A ausência de política pública para a infância até 3 anos no campo cumpre um papel importante nos modos como a Família se organiza e no acesso aos direitos das crianças. As Famílias também demonstram sede de serem assistidas na saúde, no lazer, na assistência social para crianças de 0 a 3 anos. As políticas para as crianças de até 3 anos do campo podem ser equivocadas caso não se compreenda o cotidiano das crianças, as condições e as dinâmicas de suas vidas. Compreender o cotidiano dos bebês do campo, numa perspectiva etnográfica, pode também ajudar a entender as microtransformações das crianças no tempo; as aproximações à apropriação do rural pela criança e, consequentemente, o entendimento do campo enquanto um território dos e para os bebês. (AU)

Processo FAPESP: 11/04040-1 - O cotidiano de crianças de 0 a 3 anos de uma comunidade rural: significações e práticas familiares
Beneficiário:Marcella Oliveira Araujo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado