Trocas gasosas e sistema de resposta antioxidativo em duas especies congeneres de styrax, correntes em formacoes vegetais com distintas disponibilidades hidricas.

Resumo

A distribuição do gênero Styrax, pertencente à família Styracaceae, abrange vários Estados do Brasil. Este gênero apresenta relevante importância para a sociedade. Já foram isolados e identificados diversos compostos medicinais em espécies nativas e exóticas. Styrax camporum Pohl contém em seu caule substâncias eficientes no tratamento de úlcera e substâncias citotóxicas que combatem células tumorais. Distribui-se mais frequentemente em áreas de cerradão, onde a vegetação é mais densa resultando em menor déficit hídrico de pressão de vapor (DPV), em relação ao cerrado sensu stricto. Styrax ferrugineus Nees & Mart. contém em suas folhas substâncias bactericidas e fungicidas. É mais adaptada à região do cerrado senso stricto, em que a temperatura tende a ser mais elevada com maior amplitude no DPV, queda na condutância estomática e na assimilação de CO2. Tal distribuição e adaptação esta diretamente relacionada com a disponibilidade hídrica e sazonalidade em cada um destes habitats. Estas características ambientais podem promover situações metabólicas de estresse hídrico, com prejuízos consideráveis para o balanço de carbono e crescimento. Porém, algumas espécies do cerrado possuem a capacidade de assimilar CO2 sob baixos valores de potencial hídrico (Ψw). Somado aos mecanismos de adaptação contra a seca, as plantas deste bioma apresentam fenômenos morfológicos e bioquímicos para superar o estresses por altas irradiações. A atividade de enzimas relacionada à proteção das plantas contra os radicais livres produzidos em situação de estresse, como peróxido de hidrogênio (H2O2), radical superóxido (O2.-) e o radical hidroxila (OH.-) que são conhecidos por oxidar importantes constituintes celulares, ainda foram pouco estudados em plantas de cerrado. Assim, objetiva-se compreender as possíveis diferenças na dinâmica sazonal das taxas de trocas gasosas e do estado hídrico das folhas (Ψw), bem como a atividade da enzima superóxido-dismutase (SOD), em plantas de S. camporum e S. ferrugineus.