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Fenologia de especies de floresta atlantica do estado de sao paulo: comparacao entre estratos, influencia de borda natural e importancia da familia myrtaceae.

Resumo

Os estudos fenológicos são importantes para a compreensão da dinâmica dos ecossistemas florestais e da reprodução das plantas e regeneração, além de terem grande importância ecológica pois permitem estabelecer a época em que os recursos (como folhas, flores, frutos e sementes) estão disponíveis aos animais na comunidade. Poucos estudos fenológicos abordam a comparação entre tipos de vegetação e estratos ou o efeito de borda em florestas tropicais, em particular na floresta atlântica, ou avaliam a importância da fenologia de famílias mais representativas, como Myrtaceae, entre diferentes tipos de vegetação atlântica. A família Myrtaceae é uma das mais importantes na floresta atlântica, porém, sabemos pouco dos mecanismos regulatórios dos ritmos periódicos de crescimento e de reprodução de suas espécies neste bioma tão complexo e ameaçado. O objetivo geral deste estudo será avaliar a fenologia reprodutiva e vegetativa de espécies de floresta pluvial atlântica, com três objetivos principais. (A) Entender a variação na fenologia reprodutiva e vegetativa de espécies de floresta atlântica de encosta entre estratos e entre o interior da floresta e a borda natural formada pelo rio da Fazenda, desenvolvido no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, nordeste do estado de São Paulo; (B) entender como varia a fenologia e a fhigivoria de espécies de Myrtaceae em três tipologias de floresta atlântica (duna, restinga e planície) no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, sudeste do estado de São Paulo; e (C) comparar os padrões fenológicos de Myrtaceae nas duas áreas procurando entender como varia a fenologia da família Myrtaceae na floresta atlântica. O projeto busca responder às seguintes questões específicas: No Núcleo Picinguaba: 1) O padrão fenológico difere entre espécies do sub-bosque e dossel? 2) A fenologia nos estratos está relacionada aos fatores climáticos? 3) O padrão fenológico das espécies difere entre a borda natural e o interior da floresta? e 4) Para avaliar o efeito de borda, não só na perspectiva da comunidade, serão desenvolvidos estudos de caso com espécies pré-selecionadas respondendo à questão: a produção de flores e frutos, a freqüência de polinização e o sucesso reprodutivo difere entre a borda e o interior da floresta? - na Ilha do Cardoso: 5) A floração e frutificação variam nas espécies de Myrtaceae entre os diferentes tipos de vegetação? 6) A fenologia está relacionada a fatores climáticos ou pode ser resultado de limitações filogenéticas? 7) A frutificação ocorre de forma seqüencial ou agrupada nas espécies estudadas e pode ser relacionada aos agentes dispersores? 8) O tamanho do fruto está relacionado ao tempo total necessário para o seu desenvolvimento, influenciando dessa forma a frutificação? 9) Avaliar as predições da hipótese filogenética para os padrões de floração e frutificação das espécies de Myrtaceae ocorrentes em floresta atlântica do sudeste do Brasil, onde o clima parece não impor restrições ao comportamento fenológico das espécies. As fenofases botão, antese, fruto imaturo e maduro, brotamento e queda de folhas estão sendo acompanhadas mensalmente (dois anos de observações). Núcleo Picinguaba: em uma área da floresta de encosta foram demarcados 15 transectos de 60 m de comprimento por 5 m de largura, sendo oito no interior da floresta e sete nas margens do rio da Fazenda (representando a borda da floresta), sendo amostrados todos os indivíduos adultos. A partir do segundo ano de observações fenológicas, será feita a contagem total de flores e frutos, para estimar a produção total, e serão realizados os estudos de caso, em que serão comparados os visitantes florais, os sistemas reprodutivos e o sucesso reprodutivo de espécies selecionadas na borda e interior da floresta. Ilha do Cardoso: em cada ambiente foram demarcadas 10 transecções de 25 metros de comprimento e 2 metros de largura. Essas transecções estão distantes 10 metros da trilha de pesquisa (pré-existente) e seguem em direção ao interior da mata (perpendicularmente à trilha). O critério de inclusão das plantas varia entre os ambientes devido às suas características da vegetação. Em ambas as áreas a fenologia reprodutiva e vegetativa está sendo avaliada mensalmente em cada indivíduo através do método do percentual de intensidade de Fournier (1974). A correlação de Spearman será aplicada para testar a relação da fenologia com os fatores climáticos. A sazonalidade das fenofases será testada por meio da análise estatística circular, em que os padrões sazonais serão comparados entre a borda e o interior da floresta e também entre os estratos. O teste de Mann-Whitney verificará se há diferença na produção de flores e frutos na comunidade entre os estratos e borda e interior da floresta. (AU)

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
STAGGEMEIER, VANESSA G.; DINIZ-FILHO, JOSE ALEXANDRE F.; ZIPPARRO, VALESCA B.; GRESSLER, ELIANA; DE CASTRO, EVERALDO RODRIGO; MAZINE, FIORELLA; DA COSTA, ITAYGUARA RIBEIRO; LUCAS, EVE; MORELLATO, LEONOR PATRICIA C.. Clade-specific responses regulate phenological patterns in Neotropical Myrtaceae. PERSPECTIVES IN PLANT ECOLOGY EVOLUTION AND SYSTEMATICS, v. 17, n. 6, p. 476-490, . (06/61759-0, 05/57739-1, 95/09626-0, 05/54267-1, 02/11379-6, 08/08344-2)
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