Avaliação do cDNA de uma quitinase isolado da interação Heliothis virescens-Toxoneuron nigriceps no desenvolvimento de método de controle de pragas

Resumo

Os insetos-pragas causam enormes prejuízos a diversos sistemas agrícolas de produção, tornando necessária a utilização de métodos de controle, como o uso de inseticidas, que podem, muitas vezes, causar desequilíbrios indesejáveis ao ambiente e efeitos nocivos ao homem. Desta forma, a procura por novas formas de controle que sejam restritas ao organismo-alvo se faz muito importante para que novas táticas possam ser disponibilizadas e incluídas em programas de manejo integrado de pragas. Uma forma de conferir resistência as plantas contra insetos-praga é o uso de técnicas de alteração do genoma de plantas de interesse, para que as mesmas possam sintetizar moléculas de defesa. Diversas fontes podem ser exploradas a fim de se obter genes de resistência. Como exemplo tradicional de fontes de resistência, podemos observar as variedades resistentes e as espécies selvagens, mas a busca de genes de interesse em outros organismos que possam ser utilizados como novos eventos na produção de plantas resistentes via transgenia. Fungos e bactérias ganham destaque entre os organismos explorados, mas a possibilidade de exploração das interações hospedeiro-parasitoide também vem recebendo atenção devido ao processo elaborado de regulação hospedeira utilizado por parasitoides (Beckage & Gelman, 2004). Nesse projeto, propomos testar a atividade de uma quitinase produzida por teratócitos de Toxoneuron nigriceps, parasitoide da lagarta Heliothis virescens, expressando-a em plantas de fumo para o controle desse inseto-praga. Para isso, o cDNA codante dessa enzima (quitinase), a qual está relacionada com a degradação de quitina, será expresso em plantas de fumo. Essa enzima, quando presente no alimento do inseto-praga, pode afetar seu o desenvolvimento devido a potencial desestruturação de sua membrana peritrófica (contém quitina em sua composição). Alterações na estrutura da membrana peritrófica certamente interfeririam no processo de digestão e absorção de nutrientes e aumentariam a susceptibilidade das células do epitélio intestinal ao efeito abrasivo do alimento e a invasão por microrganismos, afetando o crescimento e sobrevivência da praga. (AU)