Determinação de marcadores cardíacos em gatos maine coon genéticamente testados para a mutação da cardiomiopatia hipertrófica

Resumo

A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a cardiopatia mais diagnosticada em felinos e responsável por morbidade e mortalidade elevadas. A desorganização do sarcômero no miocárdio de gatos afetados com a CMH tem relação com a mutação do gene miosina ligado à proteína C (MYBPC3). No diagnóstico de cardiopatias humanas tem-se incrementado o uso de biomarcadores como os peptídeos natriuréticos ANP (atrial natriuretic peptide) e BNP (brain natriretic peptide) liberados pelo estresse miocárdico dos átrios (ANP) e ventrículos (BNP); a troponina I (cTnI) cardíaca, sensível e específica no diagnóstico de infarto miocárdico; e a endotelina (ET), um peptídeo vasoconstrictor cuja concentração plasmática aumenta em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). A CMH é diagnosticada pela ecocardiografia convencional (EC) através da hipertrofia miocárdica segmentar ou difusa. Determinar-se-ão os marcadores cardíacos (ANP, BNP, cTnI e ET, após exames radiográfico de tórax, eletrocardiográfico, ecocardiográfico e mensuração de pressão arterial sistêmica. Pesquisas atuais na medicina veterinária demonstram diferenças significativas na mensuração de ANP, BNP e endotelina para comparação de animais sadios, cardiopatas assintomáticos e sintomáticos; e aumento marcante na concentração de cTnI plasmática em gatos com CMH comparados com gatos saudáveis. No presente estudo avaliar-se-ão gatos da raça Maine Coon geneticamente testados para MYBPC3, a fim de demonstrar como alterações nos marcadores cardíacos podem auxiliar no diagnóstico precoce da CMH o que auxilia no tratamento médico para a prevenção da IC.