Produção de bacteriocina por Bifidobacterium lactis a partir de soro de leite

Resumo

As bacteriocinas, de um modo geral, são definidas como peptídeos produzidos por bactérias e apresentam amplo espectro como bioconservante de alimentos e como agente terapêutico. Existe um número muito limitado de estudos referentes à produção de componentes antimicrobianos ou bacteriocinas por espécies de bifidobactérias. Estes compostos inibidores produzidos por Bifidobacterium sp. demonstraram-se muito eficazes contra microrganismos patogênicos como Escherichia coli 0157:H7 enterohemorrágica e L. monocytogenes. Além do mais, não há informação publicada relativa à bioprodução tecnológica de bacteriocina por Bifidobacterium animalis subsp. lactis (denominada bifidolactocina) por processo fermentativo em cultivo utilizando soro de leite. O uso do soro de leite, como meio de cultivo, enaltece o conceito da produção de uma biomolécula de alto valor agregado aliado ao aspecto ambiental, já que o soro de leite é um subproduto gerado por indústrias de laticínios e considerado um agente poluidor, por conter uma alta quantidade de substâncias orgânicas. Nesse âmbito, o objetivo deste estudo é avaliar a influência do do soro de leite, em diferentes concentrações, como meios de cultivo, no crescimento celular e concomitante expressão da bacteriocina, bem como a sua atividade antimicrobiana. Para tanto o estudo será dividido em três etapas. A primeira etapa constituirá nas preparações do soro de leite em diferentes concentrações de sólidos totais, os quais serão utilizados como meio de cultivo. Os crescimentos das células de B. lactis, serão realizados nas mesmas condições (100rpm/37ºC/24h) em agitador rotativo (shaker). Nesta etapa, ao final da fermentação (após 24 h), serão realizadas análises de pH, acidez, crescimento celular e determinação da atividade da bifidolactocina. Na terceira etapa, os estudos serão reproduzidos em fermentador de bancada de 3 L. Primeiramente realizar-se-á a determinação do kLa em função das condições de aeração ( 0,5; 1,0 e 2 L.min-1) e agitação (100, 150 e 200 rpm). Determinado o kLa mais adequado e as concentrações de sólidos totais do soro de leite, que proporcionar-se-á maior desempenho das células e maior atividade da bifidolactocina, serão conduzidas as fermentações a 37°C por 24 h. Nesta etapa, amostras serão coletadas em intervalos de 3 horas (9 amostras) para análises de pH, acidez, concentração de oxigênio dissolvido, crescimento celular, consumo de nutrientes (açúcares e proteínas totais) e determinação da atividade da bifidolactocina. (AU)