Variabilidade e mudanças do Oceano Atlântico Sul desde 850 C.E.: uma abordagem de conjunto com o modelo do sistema terrestre comunitário (desenvolvido no National Center for Atmospheric Research - NCAR)

Resumo

Com as mudanças nos ventos devido as alterações do clima, o Giro Subtropical do Atlântico Sul (SASG) parece intensificar/enfraquecer, o que pode afetar o sistema frontal no limite do Oceano Atlântico Sul com o seu setor Austral (i.e. o sistema da Frente Subtropical - Subpolar, STF). Mudanças no SASG relacionadas com as mudanças da posição da STF podem certamente afetar a variabilidade do Oceano Atlântico do ponto de vista climático através de trocas entre o oceano e a atmosfera. Essa interação ar-mar afeta a formação das massas de água Central e Intermediária alterando suas propriedades hidrodinâmicas. As alterações, por exemplo, na densidade da água nas regiões de formação podem estar vinculadas ao deslocamento da zona frontal. Se a posição do sistema frontal se deslocar para o norte ou sul (devido a mudanças nos ventos) águas quentes subtropicais irão penetrar nas regiões mais frias ou então, águas mais frias (subpolares) poderão ser transportadas para as regiões subtropicais quentes. Em ambos os casos, haverá alterações nos gradientes de temperatura, o que pode intensificar (inibir) a estabilidade vertical ou a convecção profunda. Potencialmente essas modificações podem modular também a variabilidade do vazamento das Agulhas. A fim de compreender estas mudanças no SASG e sua interação com o Oceano Austral, considerando as possíveis implicações para as alterações climáticas e a sua variabilidade, optamos por analisar os resultados de uma simulação de conjunto (Ensemble) com 10 membros do último milénio (LME) utilizando o modelo do National Center for Atmospheric Research - Community Earth System Model (NCAR-CESM). A motivação para investigar o SASG nos experimentos do Millennium Ensemble "(LME) é entender a gama de variabilidade interna no Atlântico Sul e as mudanças externamente forçadas. (AU)