Influência do adrenoceptor beta 2 na função das células satélite

Resumo

O tecido muscular esquelético possui uma marcante capacidade regenerativa, devido à presença de células tronco musculares denominadas células satélite. A regeneração das fibras musculares lesadas compreende a instalação de um processo inflamatório, a ativação de células satélite e subsequente proliferação destas. Em seguida, uma pequena população dessas células retorna à quiescência e a maioria delas se diferencia para recompor o tecido muscular previamente lesado. Apesar das alterações morfológicas que ocorrem durante a regeneração muscular serem bem conhecidas, as alterações moleculares envolvidas nesse processo ainda não são totalmente esclarecidas. Neste sentido, estudos iniciais utilizando o tratamento com agonistas beta 2-adrenérgicos sintéticos em animais sugeriram que o adrenoceptor beta 2 poderia ser um possível regulador do processo regenerativo muscular, pois demonstraram que este tratamento foi capaz de antecipar a proliferação de células satélite e melhorar a estrutura e a função de músculos esqueléticos em regeneração. Nosso grupo também demonstrou que o adrenoceptor beta 2 contribui, principalmente, para os estágios iniciais da regeneração muscular, sendo particularmente envolvido na regulação do recrutamento de macrófagos para o tecido muscular em regeneração, possivelmente por meio da ativação de TGF-beta receptor I (Tbeta R-I) e smad2/3. Além disso, o adrenoceptor beta 2 está envolvido no remodelamento do colágeno durante a regeneração muscular, por meio da diminuição da atividade da matrix metallopeptidase 9 (MMP-9). Apesar dos trabalhos demonstrarem que o adrenoceptor beta 2 é importante para a regeneração muscular, o papel do adrenoceptor beta 2 no contexto da função das células satélite ainda não é bem conhecido. Dessa forma, nós decidimos investigar a influência do adrenoceptor beta 2 na função das células satélite. (AU)