Políticas do conhecimento, políticas da diferença: uma etnografia das respostas institucionais ao Zika Vírus

Resumo

O objetivo do projeto é analisar as respostas institucionais à epidemia de Zika Vírus e de Microcefalia no Brasil, a partir de 2014. Desde os primeiros casos de Zika notificados pelos médicos da região Nordeste do Brasil, alinhada à confirmação de que a doença estava ligada com o crescente número de bebês nascidos com Microcefalia, a Zika (e a microcefalia a ela associada) tornou-se um problema nacional perpassado por questões sanitárias, científicas e éticas. Nesse sentido, inúmeras foram as respostas institucionais de órgãos estatais, centros de pesquisa, ONG's e grupos científicos, sobre a necessidade de se combater a doença, além da escolha do melhor método. Assim, lançando mão da análise dos documentos oficiais produzidos pelos órgãos estatais de saúde, da produção intelectual sobre o tema e de entrevistas com médicos, cientistas e outros profissionais de saúde envolvidos com a doença, esse projeto pretende compreender os processos de produção de conhecimento científico e de políticas sanitárias sobre a Zika e seus efeitos políticos produzidos na sociedade. A hipótese que se pretende desenvolver é a de que tais respostas estão marcadas por gênero e por concepções de masculinidades e feminilidades. (AU)