Avaliação da eco/genotoxicidade de um corante natural modificado para processos sustentáveis

Resumo

O emodin é uma antraquinona de origem natural que demonstrou ser tóxico e mutagênico em diversos sistemas biológicos, possivelmente devido a planaridade de sua molécula. Substâncias mutagênicas podem levar à disfunção e morte celular em células somáticas, a nível de indivíduo, enquanto em células germinativas podem desencadear efeitos adversos a nível populacional, como redução da capacidade de reprodução. O emodin vem sendo aplicado com sucesso nos processos tradicionais de tingimento, entretanto, esses processos consomem grandes volumes de água, que atingem o ecossistema. Dentre as tecnologias de tingimento em que não se utiliza água (waterless), há o processo de SC-CO2 e plasma atmosférico. O emodin tem demonstrado ser promissor no tingimento por SC-CO2, apresentando boa fixação às fibras, enquanto o tingimento por plasma atmosférico requer a presença de um grupo vinil em sua molécula. Em colaboração com a Wilson College of Textiles, da North Carolina State University, Estados Unidos, o emodin está sendo modificado quimicamente para que sua molécula perca sua planaridade. Desta forma, este trabalho de mestrado tem por objetivo avaliar a toxicidade aguda, mutagenicidade in vitro e genotoxicidade in vivo, em células somáticas, do emodin modificado quimicamente para que este corante seja seguro para o meio ambiente e passível de utilização em processos de tingimento waterless. Para avaliação da genotoxicidade do novo produto em células germinativas, o projeto prevê a implantação de um protocolo utilizando o anfípode Parhyale hawaiensis.