Busca avançada
Ano de início
Entree

Variação individual no risco de malária: causas e consequências em populações amazônicas

Resumo

Sabe-se que algumas pessoas sofrem ataques recorrentes de malária por Plasmodium falciparum na África Subsaariana, enquanto outras permanecem livres da doença durante a maior parte do tempo. Entretanto, pouco se conhece sobre a heterogeneidade do risco de malária em regiões onde P. vivax é a espécie dominante. Será que as pessoas adquirem repetidamente a malária vivax meramente por acaso em áreas como a Amazônia brasileira? Neste projeto, abordamos fatores específicos - polimorfismos genéticos humanos, imunidade mediada por anticorpos adquiridos, variação na virulência do parasita, genética populacional do vetor e caracterização da preferência alimentar - que podem modular o risco individual de infecção e doença por P. vivax em comunidades endêmicas da Amazônia brasileira. Combinamos abordagens epidemiológicas clássicas, genotipagem de polimorfismos humanos e dos parasitas e ensaios funcionais de anticorpos com genética quantitativa e modelagem matemática para explorar dados e amostras de um estudo de coorte de base populacional realizado no principal foco de transmissão de malária do Brasil. Além disso, pretendemos mapear a estrutura populacional do principal vetor de malária no Brasil, Nyssorhynchus darlingi, bem como verificar a infectividade do mesmo e sua preferência alimentar por indivíduos. Nossos objetivos são: (a) estimar a contribuição da genética humana, não somente de "genes de resistência à malária" conhecidos ou suspeitos, para a variação individual do risco de malária no Brasil; (b) comparar o impacto diferencial de um polimorfismo genético humano específico, a deficiência de piruvato quinase, no risco de malária por P. falciparum e P. vivax; (c) investigar a associação entre anticorpos adquiridos naturalmente para um importante antígeno de estágios assexuados sanguíneos de P. vivax e o risco de malária; (d) testar a hipótese de que linhagens de P. vivax menos virulentas são selecionadas positivamente à medida que os vetores da malária se tornam menos abundantes e a transmissão diminui; (e) estimar o impacto populacional de intervenções específicas de controle da malária direcionadas a indivíduos de alto risco; e (f) caracterizar o papel do vetor na dinâmica de transmissão, tanto do ponto de vista de estrutura populacional, bem como de preferência alimentar a certos indivíduos, ou mesmo, a pessoas infectadas. Argumentamos que a variação individual no risco deve ser considerada ao se delinearem e implementarem estratégias para controle e eliminação da malária. (AU)

Matéria(s) publicada(s) na Agência FAPESP sobre o auxílio:
Mais itensMenos itens
Matéria(s) publicada(s) em Outras Mídias ( ):
Mais itensMenos itens
VEICULO: TITULO (DATA)
VEICULO: TITULO (DATA)