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Associação de polimorfismos genéticos com a aloimunização eritrocitária em pacientes portadores de anemia falciforme

Texto completo
Autor(es):
Emilia Ângela Sippert
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Lilian Maria de Castilho; Fernando Ferreira Costa; Ana Maria Sell; Carine Prisco Arnoni; Nicola Amanda Conran Zorzetto
Orientador: Lilian Maria de Castilho
Resumo

A aloimunização eritrocitária é uma das sérias complicações da terapia transfusional em pacientes com Anemia Falciforme (AF). A presença de aloanticorpos além de dificultar a obtenção de sangue compatível para esses pacientes pode resultar a reações transfusionais hemolíticas tardias (RTHTs) e na formação de autoanticorpos. A maioria dos anticorpos desenvolvidos por estes pacientes são direcionados aos antígenos do sistema Rh. No entanto, diferenças na resposta imunológica de pacientes transfundidos que desenvolvem aloanticorpos (respondedores) e dos que não desenvolvem anticorpos (não respondedores) não são totalmente conhecidas. A hipótese é de que a susceptibilidade a aloimunização seja governada por vários fatores inclusive pela diversidade genética entre os indivíduos. O objetivo geral deste estudo foi identificar o perfil genético de grupos sanguíneos de 161 pacientes com doença falciforme em regime de transfusão crônica (67 aloimunizados e 94 não aloimunizados) e as possíveis associações de polimorfismos presentes em genes imunologicamente relevantes (genes HLA e de citocinas) com a aloimunização eritrocitária. A genotipagem eritrocitária foi realizada pela técnica de microarray com os Kits HEA BeadChipTM, RHD BeadChipTM e RHCE BeadChipTM (BioArray Solutions). Os polimorfismos em genes de citocinas foram analisados pelas técnicas de PCR, PCR-RFLP e pelo ensaio de genotipagem TaqMan (Applied Biosystems), enquanto a genotipagem HLA de classe II foi realizada por PCR-SSO (One Lambda). Para a determinação do equilíbrio de Hardy-Weinberg e das frequências alélicas e genotípicas foi utilizado o software Arlequin e a comparação das frequências dos polimorfismos foi analisada pelo teste exato de Fisher. A determinação do perfil eritrocitário dos pacientes revelou que o fenótipo C¿E¿, K¿, Fy(a¿), Jk(b¿), S¿ é prevalente. Também constatou-se que 65% dos pacientes com anticorpos anti-Rh possuíam antígenos Rh variantes que levaram ao desenvolvimento de anticorpos clinicamente significantes. Além disso, a análise dos polimorfismos em genes de citocinas mostrou que o alelo A e o genótipo GA do polimorfismo TNFA¿308G/A foram mais frequentemente encontrados em pacientes aloimunizados do que em não aloimunizados (alelo A: 16,4% vs 6,8%; P=0,004; genótipo GA: 32,8% vs 11,7%; P=0,0021). As frequências do alelo IL1B¿511T e dos genótipos IL1B¿511TT e CT foram significativamente maiores em aloimunizados quando comparado com os pacientes não aloimunizados (alelo T: 53,0% vs 37,5%; P= 0,0085; genótipos CT + TT: 81,82% vs 60,87%; P=0,0071). Com relação aos alelos HLA classe II, encontrou-se uma alta frequência do alelo HLA-DRB1*15 em pacientes aloimunizados aos antígenos Rh comparados aos não aloimunizados (15,63% vs 6,98%; P=0,044). Os resultados demonstraram que polimorfismos nos genes TNFA, IL1B e HLA-DRB1 estão associados com um maior risco de desenvolvimento de anticorpos anti-eritrocitários em pacientes com doença falciforme. Os achados deste trabalho podem contribuir futuramente para melhorar as estratégias transfusionais e terapêuticas para os pacientes com doença falciforme (AU)

Processo FAPESP: 13/01426-1 - Resposta imune a antígenos eritrocitários em pacientes portadores de anemia falciforme
Beneficiário:Emilia Angela Sippert
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado