Jean-Luc Godard no Brasil: da recepção à interdição (1961-1970)
Neville Charles Rowley | École Supérieure des Sciences Économiques et Commerciales...
Crítica de cinema e repressão: estética e política no jornal alternativo Opinião
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Autor(es): |
Luiz Octavio Gracini Ancona
Número total de Autores: 1
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Tipo de documento: | Dissertação de Mestrado |
Imprenta: | São Paulo. |
Instituição: | Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) |
Data de defesa: | 2018-10-31 |
Membros da banca: |
Francisco Cabral Alambert Junior;
Marcos Francisco Napolitano de Eugênio;
Adilson Inacio Mendes;
Mateus Araújo Silva
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Orientador: | Francisco Cabral Alambert Junior |
Resumo | |
Na bibliografia brasileira, Jean-Luc Godard aparece com destaque em pesquisas sobre o cinema brasileiro moderno e sobre a história da censura cinematográfica no país. O realizador franco-suíço é descrito como uma referência fundamental para alguns cineastas brasileiros modernos, como um norteador dos debates travados em nossa crítica e como um objeto de atenção especial por parte dos censores da ditadura militar. Partindo desse lugar privilegiado conferido a Godard, esta pesquisa investigou historicamente a recepção e a interdição dos filmes do cineasta no Brasil no período entre 1961 e 1970. Em um primeiro momento (capítulos 1 a 3), analisamos os debates estéticos e políticos suscitados na crítica pelos filmes de Godard em três jornais de grande veiculação do período (Correio da manhã, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo); em seguida (capítulo 4), identificamos as apropriações que os críticos-cineastas Glauber Rocha e Rogério Sganzerla realizaram da obra godardiana em seus escritos; e, por fim (capítulo 5), abordamos a documentação censória relativa aos filmes do realizador. Dessa maneira, constatamos o importante papel que Godard desempenhou na conformação do cinema brasileiro moderno, bem como o impacto que sua obra exerceu, cultural e politicamente, no país. Conforme evidenciaremos, naquele momento havia uma conjuntura sociocultural modernista, de esquerda e jovem que favoreceu a recepção do cineasta no Brasil. Ao mesmo tempo em que foi lida à luz de tal conjuntura, a obra godardiana atuou enquanto seu catalisador, estimulando novos projetos e debates em seu interior. O cineasta foi instrumentalizado por projetos de vanguarda no cinema e em ouras artes, estimulou a politização de esquerda e dialogou com os anseios de uma cultura jovem e libertária em expansão. Paralelamente, confirmamos a atenção especial que Godard recebeu dos censores da ditadura militar brasileira. Afinal, a ditadura se opunha a tal conjuntura e, por isso, viu no cineasta um perigo a ser combatido, uma vez que seus filmes atentavam contra os dois pilares básicos da ideologia que norteava o regime, o anticomunismo e a moral conservadora. Conforme demonstraremos, tal atenção especial se deu sobretudo nos anos 1970, mas teve suas raízes em 1968, quando duas películas de Godard foram interditadas e uma imagem extremamente negativa do realizador foi consolidada no órgão censório. (AU) | |
Processo FAPESP: | 16/19451-0 - Jean-Luc Godard no Brasil: da recepção à interdição (1961-1970) |
Beneficiário: | Luiz Octavio Gracini Ancona |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Mestrado |