Busca avançada
Ano de início
Entree


Efeito neuroprotetor do canabidiol em neurônios medulares e neurônios sensitivos do gânglio dorsal após esmagamento do nervo isquiático em ratos neonatos: papel dos receptores canabinóideos CB 1 e CB 2

Texto completo
Autor(es):
Matheus Perez
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira; Fabrício Alano Pamplona; Fabrício de Araújo Moreira; Renata Frazão; Catarina Raposo Dias Carneiro
Orientador: Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira
Resumo

O esmagamento de nervo isquiático de ratos neonatos simula a axonotmese obstétrica, levando à significativa morte de neurônios motores e sensitivos, o que permite a avaliação de efeitos neuroprotetores de novas moléculas, como as relacionadas ao sistema endocanabinoide, espontaneamente ativado em resposta à injúria. Dessa maneira, é possível que o Canabidiol (CBD), através da ativação do sistema endocanabinoide, leve à melhora da resposta regenerativa. O presente trabalho investigou o potencial neuroprotetor do canabidiol e sua ação através de receptores canabinóides após lesão periférica em ratos neonatos. Para isso, ratos neonatos da linhagem Wistar com dois dias de vida, foram divididos nos seguintes grupos experimentais: esmagamento do nervo isquiático e tratamento com veículo (grupo veículo); esmagamento e tratamento com CBD (grupo CBD); esmagamento e tratamento com AM 251 (inibidor de CB 1) + CBD (grupo CBD + AM 251), esmagamento e tratamento com AM 630 (inibidor de CB 2) + CBD (grupo CBD + AM 630), esmagamento e tratamento com AM 251 (grupo AM 251), esmagamento e tratamento com AM 630 (grupo AM 630) e esmagamento e tratamento com AM 251 + AM 630 (grupo AM 251 + AM 630). A sobrevivência de motoneurônios, 5 dias e 8 semanas após a lesão, mostrou que o tratamento com CBD aumenta a sobrevivência neuronal em ~54%, tanto 5 dias quanto 8 semanas após a injúria. Os demais grupos experimentais mostraram maior preservação de motoneurônios que o grupo Veículo porém, quando bloqueados ambos os receptores, a sobrevivência foi igual a obtida pelo tratamento com CBD. A longo prazo, apenas o bloqueio de CB 1 reverteu o efeito positivo do CBD. O bloqueio de receptores canabinoides aumenta a morte de neurônios sensitivos, tanto por apoptose quanto devido à lesão. Embora o tratamento com CBD não tenha efeito neuroprotetor no gânglio sensitivo, ele atenua a morte neuronal causada pelo bloqueio dos receptores canabinoides. O tratamento com CBD também preservou ~35% das sinapses no corno ventral e este efeito foi parcialmente revertido pela inativação de CB 2. Os tratamentos somente com os antagonistas mostraram preservação sináptica igual ao grupo veículo. Corroborando com esses resultados, a reação microglial na fase aguda também foi reduzida em 62% pelo tratamento com CBD, sendo maior nos grupos que receberam tratamento somente com os antagonistas de receptores canabinoides. Adicionalmente, o tratamento com CBD ou com AM 251 + AM 630 reduziu a astrogliose reativa 5 dias após lesão. A expressão de transcritos gênicos para receptores CB 1 foi maior no Veículo. Adicionalmente, tanto a administração de CBD sozinho quanto combinado com os antagonistas de receptores CB 1 e CB 2, resultou no aumento da expressão de CB 2 em relação ao controle, sendo, porém, ainda menor quando comparada ao Veículo. Já no gânglio espinal, o tratamento com CBD + AM 630 aumentou os níveis de CB 1, enquanto que o tratamento com CBD + AM251 diminuiu os níveis desse receptor. Ainda, detectamos que não houve diferença estatística na expressão de neurotrofinas na medula espinal, tanto 5 quanto 15 dias após a lesão, nos grupos que receberam a administração de CBD. Porém, a administração dos antagostistas de receptores canabinoides, sozinhos ou em conjunto, reduziram a expressão de BDNF. Já no gânglio, o tratamento CBD + AM 630 aumentou e o tratamento com CBD + AM 251 reduziu a expressão dos fatores neurotróficos, sendo que, quinze dias após a lesão somente o GDNF ainda manteve os níveis elevados, principalmente no grupo CBD. Por fim, a análise da recuperação motora funcional, mostrou que 8 semanas após a lesão o grupo CBD apresentou melhor recuperação em relação ao grupo CBD + AM251. Como um todo, os resultados mostram que o CBD é neuroprotetor, aumentando a sobrevivência neuronal e reduzindo a reação glial após axotomia. Da mesma maneira, a ação seletiva de receptores canabinoides pode resultar em neuroproteção, mesmo na ausência do CBD (AU)

Processo FAPESP: 12/22751-5 - Efeito neuroprotetor do canabidiol em neurônios medulares e neurônios sensitivos do gânglio dorsal após esmagamento do nervo isquiático em ratos neonatos: papel dos receptores canabinóideos CB1 e CB2.
Beneficiário:Matheus Perez
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado