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Efeito da lectina ArtinM em células B de origem murina e células de linhagem humana de linfoma não-Hodgkin

Texto completo
Autor(es):
Bruno Rafael Barboza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Thiago Aparecido da Silva; Eduardo Isidoro Carneiro Beltrão; Fabíola Traina
Orientador: Thiago Aparecido da Silva
Resumo

A lectina ArtinM, obtida a partir do extrato salino de sementes de Artocarpus heterophyllus (jaca), é caracterizada estruturalmente como um homotetrâmero de subunidades de 16 kDa, cada uma delas constituída por um CRD com sítio de ligação primária para Manα1-3[Manα1- 6]Manβ1-4, estrutura presente no core de N-glicanas. ArtinM induz a ativação de mastócitos (via interação com FcεRI), neutrófilos (via interação com CXCR2/TLR2), macrófagos (via interação com TLR2/CD14), e a ativação de células T CD4+ e T CD8+ (via interação com a cadeia gamma de CD3). A atividade imunomoduladora de ArtinM sobre essas células resulta em um perfil pró-inflamatório com a capacidade de combater infecções por patógenos intracelulares. Recentemente, células B murinas foram incluídas como alvos de ArtinM que induziu a produção de IL-17 e IL-12p40 nesse tipo celular, de maneira independente do reconhecimento de TLR2/CD14. Com isso, o presente estudo buscou caracterizar os efeitos da lectina ArtinM sobre células B de origem murina e linhagens celulares humanas de linfoma não-Hodgkin, ressaltando os mecanismos moleculares induzidos após o reconhecimento de carboidratos. Inicialmente, células B murinas purificadas de camundongos C57Bl/6 foram incubadas com diferentes concentrações de ArtinM (0,312 - 5,0 μg/mL), e a lectina não induziu a proliferação celular e baixos níveis de IL-2, IFN-ϒ e IL-12 foram produzidos pelas células B. No entanto, as concentrações da lectina testadas, com destaque para as altas concentrações, induziram a apoptose de células B murinas. Portanto, ArtinM não apresenta um efeito imunomodulador em células B que direciona uma resposta imune associada ao perfil Th1. Por conseguinte, o efeito citotóxico da lectina sobre células B originadas de linfoma não-Hodgkin foi avaliado, a partir das linhagens celulares Raji e Daudi. Ao explorar o efeito de ArtinM nessas linhagens celulares, observamos a capacidade de ArtinM em reduzir o crescimento e a viabilidade celular com intensidade diferente para cada tipo celular, com efeito citotóxico mais pronunciado nas células Raji. Assim, ao aprofundar a avaliação do efeito citotóxico de ArtinM em células Raji, verificamos a ausência da fragmentação de DNA e um contundente indicativo da exclusão da cascata de apoptose via mitocondrial e moléculas sinalizadoras da via de autofagia. Com isso, possíveis moléculas de sinalizadoras envolvidas no efeito citotóxico de ArtinM sobre células de linfoma não-Hodgkin foi investigado com o uso de inibidores farmacológicos específicos para PKC, PTK, atividade fosfatase de CD45 sobre Lck, e quinases da família Src. Essa abordagem implicou que a indução da apoptose por ArtinM em células Raji está relacionada com os seguintes mecanismos moleculares, como: (i) PTK e PKC regulam negativamente a indução da apoptose em células Raji por ArtinM; (ii) a atividade de fosfatase de CD45 sobre Lck regula negativamente o efeito citotóxico de ArtinM em células Raji; (iii) quinases da família Src regulam de forma positiva a indução da apoptose de células Raji por ArtinM. Portanto, ArtinM apresenta um efeito citotóxico em linhagens de células B de linfoma não-Hodgkin. O presente trabalho demonstra as limitações do efeito imunomodulador de ArtinM em células B murinas, e cria uma importante área investigativa no campo terapêutico frente a células de linfoma não-Hodgkin através do reconhecimento de carboidratos. (AU)

Processo FAPESP: 19/05867-9 - Efeito da lectina ArtinM em células B e NK
Beneficiário:Bruno Rafael Barboza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado