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Crítica e poder: Michel Foucault  nas encruzilhadas do Esclarecimento

Texto completo
Autor(es):
Anderson Aparecido Lima da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Franklin Leopoldo e Silva; Márcio Alves da Fonseca; Salma Tannus Muchail; Yolanda Gloria Gamboa Muñoz; Pedro Paulo Garrido Pimenta
Orientador: Franklin Leopoldo e Silva
Resumo

\"O que é o Esclarecimento?\" Em mais de uma oportunidade Michel Foucault retoma a célebre questão lançada no século XVIII no intuito de interpelar as imbricações entre formas de racionalidade e efeitos de poder na Modernidade. No cerne dessa conexão, enfatizará o papel das resistências que acompanham, enredam, transformam esse campo de interações múltiplas, com especial destaque à postura que virá a designar, no final dos anos 1970, como uma \"atitude crítica\" em face do presente. Esta tese confronta leituras como a de Axel Honneth que, ao considerar Foucault um \"teórico do poder\", atribui-lhe uma concepção de racionalidade como processo de extensão da dominação individual e coletiva que culminaria por inviabilizar qualquer possibilidade crítica ou de emancipação dos sujeitos. Nosso objetivo central trata de ressaltar que Foucault não promulga em suas análises qualquer concepção de racionalidade como invariante universal - meta-antropológica ou meta-histórica -, mas busca antes ressaltar a história e geografia das racionalidades promovendo uma \"crítica racional da razão\" que compreende igualmente a crítica de seus efeitos concretos de poder. Isso porque Foucault não concebe o poder em termos estritamente repressivos, como privação ou proibição da liberdade, fenômeno puro da dominação, mas como jogos estratégicos com relações de força e de resistência presentes nas configurações e transformações complexas das formas de organização social e subjetiva. A atitude crítica, como modo de pensar, como postura ética e política, como compreensão e questionamento do momento ou do tempo presente constitui-se como um dos motores dessa transformação possível. Ora, seguindo o fio subterrâneo que a liga a Kant, Foucault destaca que a atitude crítica pode tomar formas diversas, a partir de tradições filosóficas distintas e em contextos históricos variados. Em nossa análise, além de Max Weber, privilegiamos a interlocução que o pensador francês estabelece com algumas das tópicas e autores da Teoria Crítica, notadamente com questões colocadas por Adorno e Horkheimer, de modo a explorar suas afinidades, tensões e especificidades. Argumentamos que é nesse diálogo que a postura foucaultiana expressa e afirma sua singularidade ao recolocar a questão do Esclarecimento como questão atual, inconclusa, inadiável. (AU)

Processo FAPESP: 13/21308-3 - Michel Foucault: a filosofia, a história
Beneficiário:Anderson Aparecido Lima da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado