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Avaliação da participação de macrófagos M1 e M2 na resposta contra o fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis

Texto completo
Autor(es):
Munir Regini Paião
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Ronei Luciano Mamoni; Sandro Rogerio de Almeida; Angela Maria Victoriano de Campos Soares; Wirla Maria da Silva Cunha Tamashiro; Nicola Amanda Conran Zorzetto
Orientador: Ronei Luciano Mamoni; Maria Heloisa de Souza Lima Blotta
Resumo

Introdução: A Paracoccidioidomicose (PCM) é a micose sistêmica endêmica de maior incidência na América Latina. A doença é causada por fungos termo-dimórficos do gênero Paracoccidioides (P. brasiliensis e P. lutzii). Dentre as células do sistema imunológico inato, os macrófagos desempenham papel preponderante no reconhecimento e remoção de patógenos e na indução da resposta adaptativa em diversas doenças, incluindo a PCM. Atualmente, sabe-se que estas células podem exibir fenótipos, dependendo do microambiente de diferenciação, com funções efetoras distintas sendo classificados como: M1 (pró-inflamatórios) ou M2 (anti-inflamatórios). Objetivos: Os objetivos de nosso estudo foram: avaliar aspectos funcionais e fenotípicos dos macrófagos M1 e M2 após o estímulo in vitro com células leveduriformes de P. brasiliensis, incluindo o papel dessas células na diferenciação de linfócitos T; e caracterizar os macrófagos em tecidos de mucosa oral e linfonodos provenientes de pacientes com PCM. Métodos: Para isso monócitos do sangue periférico de indivíduos saudáveis foram purificados e diferenciados em M1 e M2 pelo tratamento com GM-CSF ou M-CSF, respectivamente, por 5 dias. Após a diferenciação, os macrófagos foram estimulados com leveduras do fungo (cepa Pb18) e avaliados fenotípica e funcionalmente quanto a: expressão de marcadores de superfície, capacidade de formação de granuloma, atividade fagocítica e fungicida, produção de arginase-1, H2O2 e NO e produção de citocinas, quimiocinas e metaloproteinases de matriz (MMPs). Além disso, macrófagos M1 e M2 foram cocultivados com linfócitos T autólogos para avaliar a capacidade de diferenciação desses células. A caracterização dos macrófagos nos tecidos de pacientes foi feita pela técnica de imuno-histoquímica. Resultados: Nossos resultados demonstraram que macrófagos M1 estimulados com o fungo produzem maiores quantidades de IL-12p70, IL-6, TNF-?, MMP-1, MMP-9, H2O2 e NO; expressam maiores quantidades de CD1a, CD80, CD86, MHC de classe II e dectina-1, e maior capacidade de formar granulomas quando comparados a macrófagos M2. Por outro lado, macrófagos M2 apresentaram maior produção de IL-10, IL-1? e arginase-1; expressão aumentada de CD209, CD205, CD206, CD163, CD36, CD14, CD16, TLR2 e TLR4 e maior capacidade fagocítica e fungicida. Além disso, obtivemos que tanto macrófagos M1 quanto macrófagos M2 induzem a ativação e diferenciação de linfócitos T, embora com perfis diferenciados. Enquanto macrófagos M1 induzem a diferenciação de linfócitos Th1 e Th17, macrófagos M2 induziram a diferenciação de células Th2 e Treg. Também observamos que nas lesões de pacientes com a forma mais grave da PCM (Linfonodos ¿ Forma aguda) houve o predomínio de macrófagos com características M2 (alta expressão de CD206 e produção de IL-10). Conclusões: Nossos resultados demonstram que macrófagos M1 e M2 podem participar de maneira diferencial, mas complementar da resposta inicial à infecção pelo P. brasiliensis, assim como da ativação de diferenciação de linfócitos T. Macrófagos M1 podem desempenhar um papel importante na inicialização da resposta inflamatória e contenção da disseminação do fungo, podendo, contudo levar a uma resposta inflamatória exacerbada e destruição tecidual. Enquanto que macrófagos M2 seriam importantes para a supressão de uma resposta inflamatória exacerbada, mas ao mesmo tempo podendo levar à disseminação da doença (AU)

Processo FAPESP: 12/14828-8 - Avaliação da participação de macrófagos M1 e M2 na resposta contra o fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis
Beneficiário:Munir Regini Paião
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado