Relação entre níveis bacterianos e produção de compostos sulfurados voláteis em voluntários saudáveis com estresse acadêmico

Autor(es)

Bruno Dias Nani

• Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
• Imprenta: Campinas, SP.
• Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
• Data de defesa: 2016-02-23

Membros da banca

Michelle Franz Montan; Daiane Cristina Peruzzo; Erika Harth Chu

• Orientador: Karina Cogo Müller; Michelle Franz Montan; Fernanda Klein Marcondes

Resumo

Recentemente foi demonstrado que o estresse acadêmico foi capaz de aumentar a emanação oral de Compostos Sulfurados Voláteis (CSV), os gases que causam a halitose. Também comprovou-se que a saliva destes indivíduos apresenta aumento nas concentrações de Alfa-amilase (AA) e Mucina 5b (MUC) associado a uma diminuição na concentração de Beta-defensina (BD). Estes achados indicam que a cavidade oral destes indivíduos é um ambiente favorável para a produção bacteriana de CSV, mas isto ainda não foi confirmado. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar a relação entre a quantidade salivar de bactérias associadas a halitose, a emanação oral de CSV e o estresse acadêmico em indivíduos saudáveis, bem como se as proteínas salivares AA, a BD e a MUC alteram o crescimento destas bactérias in vitro. Setenta e oito estudantes homens foram avaliados em um estudo prévio quanto à presença de estresse acadêmico por meio da determinação da síndrome de burnout e quanto à emanação oral dos CSV H2S, CH3SH e (CH3)2S por meio do Oral Chroma¿. No presente estudo, estas amostras de saliva foram agrupadas nos grupos "Com Estresse" ("S") e "Sem Estresse" ("NS") e foram quantificadas as bactérias totais e sete bactérias relacionadas com a halitose por qPCR. Os dados obtidos foram comparados entres os grupos e correlacionados com a emanação oral de CSV pelos voluntários do estudo anterior. Duas bactérias foram selecionadas para uma avaliação in vitro de seu crescimento na presença de AA, BD e MUC. Nossos resultados mostraram que 21 voluntários eram estressados (grupo "S") e 57 não eram (grupo "NS"). O grupo "S" apresentou quantidades aumentadas de H2S, (CH3)2S e Solobacterium moorei (Sm) (p < 0.05, Mann Whitney). Houve correlação positiva e moderada entre Fusobacterium nucleatum (Fn) e H2S; Fn e CH3SH; Sm e CH3SH; Sm e Fn; Tannerella forsythia (Tf) e Sm; e Tf e Fn (p < 0.05, Correlação de Spearman). AA, BD e MUC não alteraram o crescimento in vitro de Sm e Fn (p > 0.05, one way ANOVA). Desta forma, concluímos que o aumento da emanação oral de H2S relacionou-se com o aumento na quantidade salivar de Sm e de sua interação com Fn e Tf, indicando que estas bactérias são importantes para o desenvolvimento da halitose decorrente de alterações emocionais. Permanecem desconhecidos os mecanismos responsáveis pelo aumento na emanação oral de (CH3)2S (AU)

• Processo FAPESP: 13/26691-0 - Relação entre estresse e microbiota oral: efeito sobre a produção de compostos sulfurados voláteis e papel da beta-defensina
• Beneficiário: Bruno Dias Nani
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado