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MicroRNAs como possíveis biomarcadores de nefrotoxicidade induzida pela cisplatina em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Texto completo
Autor(es):
Nadine de Godoy Torso
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Patricia Moriel; Cláudia Vianna Maurer Morelli; Patrícia de Carvalho Mastroianni
Orientador: Patricia Moriel
Resumo

O tratamento preconizado para estágios avançados de câncer de cabeça e pescoço (CCP) consiste em radioterapia concomitante à quimioterapia com cisplatina; entretanto, seu uso é limitado devido a reações adversas, especialmente nefrotoxicidade. Uma vez que os marcadores clássicos possuem baixa sensibilidade e especificidade, existe a necessidade da identificação de novos biomarcadores de nefrotoxicidade. Entre os propostos nos últimos anos, um dos mais promissores é o microRNA (miRNA). Por isso, o objetivo deste estudo foi avaliar miRNAs como possíveis biomarcadores de nefrotoxicidade induzida por cisplatina em pacientes com CCP. Trata-se de um estudo retrospectivo, do tipo coorte. Foram incluídos pacientes com CCP que realizaram tratamento antineoplásico com cisplatina (80-100mg/m2 a cada 21 dias, por 3 ciclos; sendo considerado para a análise apenas o 1º ciclo) concomitante à radioterapia. A nefrotoxicidade foi avaliada quanto à gravidade segundo Common Terminology Criteria for Adverse Events versão 4.3, e a injuria renal aguda (IRA) segundo as classificações AKIN (Acute Kidney Injury Network) e RIFLE (Risk, Injury, Failure, Loss, and End-stage kidney disease). Baseando-se na condução de uma revisão sistemática da literatura e em resultados prévios de sequenciamento de nova geração, foram selecionados 6 miRNAs (hsa-miR-6729-5p, hsa-miR-1238-5p, hsa-miR-4706, hsa-miR-6805-5p, hsa-miR-4322 e hsa-miR-21-5p) para terem sua expressão validada por RT-qPCR, antes e 5 dias após a quimioterapia, em amostras de urina. A análise destes resultados foi feita apenas para os participantes que tiveram um consenso quanto sua função renal por ambas as classificações RIFLE e AKIN. A comparação do perfil de expressão destes miRNAs entre os grupos com (n = 24) e sem reação adversa ao medicamento (RAM) renal (n = 25) foi avaliada pelo método 2-?CT. Após o tratamento, observou-se que houve alteração estatisticamente significativa para quase todos os marcadores de nefrotoxicidade, principalmente acentuadas no quinto dia pós-quioterapia (D5). Com exceção do hsa-miR-6729-5p (basal - p = 0,3284, D5 - p = 0,2625) e do hsa-miR-4706 (basal - p = 0,1170, D5 - p = 0,0733), todos os outros demonstraram uma tendência à maior expressão no grupo sem renal antes e após a quimioterapia (hsa-miR-1238-5p basal - p = 0,1170, D5 - p = 0,0733; hsa-miR-6805-5p basal - p = 0,6519, D5 - p = 0,3582; hsa-miR-4322 basal - p = 0,8237, D5 - p = 0,6271; hsa-miR-21-5p basal - p = 0,3479, D5 - p = 0,0801). Segundo a curva Receiver Operating Characteristic, o hsa-miR-1238-5p apresentou alta sensibilidade (1,000) e o hsa-miR-21-5p maior especificidade entre os dois (0,640). Estes resultados devem ser avaliados em novos estudos clínicos com um maior número de pacientes, para que possivelmente possam auxiliar o clínico na escolha e acompanhamento do tratamento quimioterápico destes pacientes (AU)

Processo FAPESP: 19/20010-7 - MicroRNAs como possíveis preditores de nefrotoxicidade induzida pela cisplatina em pacientes com câncer de cabeça e pescoço
Beneficiário:Nadine de Godoy Torso
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado