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Relação da arquitetura branquial e ultraestrutura das células íon-transportadoras nos mecanismos fisiológicos que permitiram a invasão de meio diluído pelos Anomura (Crustacea, Decapoda): Aegla franca (Schimitt) e Clibanarius vittatus (Bosc)

Texto completo
Autor(es):
Cláudia Doi Antunes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
John Campbell McNamara; Rosa dos Prazeres Melo Furriel Jorge; Claudia Bueno dos Reis Martinez
Orientador: John Campbell McNamara
Resumo

Os crustáceos exibem diversos padrões de regulação osmótica e são as brânquias que absorvem íons do meio externo mais diluído. As células branquiais que realizam o transporte iônico apresentam evaginações apicais e invaginações basais de membrana associadas à mitocôndrias, que fornecem ATP à Na+/K+-ATPase, inserida nas invaginações basais. A Na+/K+-ATPase é fundamental na regulação anisosmótica extracelular. Objetivamos gerar conhecimento para a discussão das estratégias adaptativas funcionais que permitiram a ocupação de meio diluído pelos anomuros, a partir de informações sobre o tipo de brânquia e a ultraestrutura das células íon-transportadoras em Aegla franca (Aeglidae), forte hiperregulador, e Clibanarius vittatus (Diogenidae), fraco-hiperregulador. Os animais foram aclimatados no laboratório e os tecidos íon-transportadores localizados pela técnica de coloração por prata. As brânquias foram dissecadas, fixadas e avaliadas em nível de microscopia ótica, eletrônica de varredura e transmissão. A. franca apresenta tricobrânquias, e há diferenças funcionais entre as artrobrânquias e pleurobrânquias. A arquitetura do filamento branquial se dá por um epitélio simples, abaixo da cutícula, formado por células pilares nas regiões laterais. O septo divide o espaço da hemolinfa em canal aferente e eferente e formam as lacunas laterais. A presença de evaginações apicais e invaginações basais associados a mitocôndrias sugere ocorrência de transporte iônico. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 25‰S, não houve redução dessas estruturas subcelulares, o que sugere secreção de Cl-, já que esta espécie hiporregula cloreto nesta salinidade. C. vittatus apresenta filobrânquias e aparentemente as artrobrânquias possuem maior relevância na osmorregulação. A arquitetura se dá por um epitélio simples abaixo da cutícula, formado por células pilares e suas franjas, há um septo intralamelar. As estruturas celulares são poucas, raramente encontram-se mitocôndrias e as invaginações são muito escassas. O espaço subcuticular é pequeno e há desmossomos entre franjas adjacentes. A região do pericário é rica em invaginações basais e mitocôndrias. Após aclimatação por 10 dias em água do mar a 15‰S houve surgimento de numerosas invaginações de membrana e aumento de mitocôndrias no septo. Nas células pilares houve aumento das evaginações apicais, e os desmossomos apareceram seguidos de uma junção septada interdigitada. Essas mudanças estão relacionadas com o transporte ativo de sal em meio diluído, já que permitem alojar enzimas ionotransportadoras, e isto é o que aparentemente permite a penetração e permanência de C. vittatus em meio de baixa salinidade. (AU)

Processo FAPESP: 08/52646-3 - Arquitetura branquial e ultraestrutura de celulas ionotransportadoras nos anomuros petrolisthes armatus, clibanarius vittatus e aegla franca (crustacea, decapoda): papel na invasao de meio diluido.
Beneficiário:Cláudia Doi Antunes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado