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Telicidade e detelicização: semantica e pragmatica do dominio tempo-aspectual

Autor(es):
Renato Miguel Basso
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP. , ilustrações.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Rodolfo Ilari; Edson Françozo; John Robert Schmitz; Ana Luiza Gomes Pinto Navas
Orientador: Rodolfo Ilari
Área do conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Linguística
Indexada em: Base Acervus-UNICAMP; Biblioteca Digital da UNICAMP
Localização: Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca Central Cesar Lattes; T/UNICAMP; B295t; Universidade Estadual de Campinas. Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem; T/UNICAMP; B295t
Resumo

o presente trabalho é uma investigação do fenômeno da detelicização, representado por sentenças como "João leu o livro por 1 semana", na qual temos um evento télico (Le., que tem um ponto final não arbitrário) seguido por um adjunto do tipo "por X tempo", que, segundo a literatura, é incompatível com eventos télicos. Dado essa alegada incompatibilidade, várias das teorias que tratam da detelicização a abordam como um caso de coerção ou "type-mismatch" para dar conta do fato de que os falantes aceitam esse tipo sentença. Para proceder a tal investigação, inicialmente apresentamos o quadro teórico que adotamos, segundo o qual os fenômenos tempo-aspectuais devem ser tratadas levando-se em conta a separação e interação de seus sub-dornínios: (i) referência temporal, que responde pela localização de eventos numa suposta seta do tempo, e é, portanto, o componente dêitico; (ii) aspecto, que é a representação, feita subjetivamente pelo falante, de um evento como concluso ou inconcluso; e (iii) acionalidade, sUb-domínio que diz respeito ao tipo de evento em questão. O objetivo do segundo capítulo é entender melhor o conceito de telicidade e como ele é apreendido pelas teorias tempo-aspectuais contemporâneas. Esse passo é imprescendível, pois somente eventos télicos podem passar pelo processo de detelicização. No terceiro capítulo apresentamos em detalhe a detelicização, definida como a apresentação de um evento interrompido, ou seja, um evento télico que se inicia e pára sem, no entanto, alcançar seu ponto final, seu telas. Depois de caracterizar esse fenômeno, esboçamos uma teoria semântico-pragmática que visa a capturá-Ia, assim como esmiuçar o que é propriamente semântico e o que é pragmático no estudo dos fenômenos tempo-aspectuais. Por fim, no quarto capítulo efetuamos dois experimentos psicolingüísticos que visavam a verificar a existência de alguma contraparte empírica (i.e., tempo de leitura) da coerção ou "type-mismatch" postulados para sentenças como "João leu o livro por uma semana". A análise dos experimentos revelou que não há qualquer diferença significativa entre o tempo de leitura de, por exemplo, "João leu o livro por uma semana" versus "João leu o livro em uma semana". Assim, diante desse resultado experimental e da teoria aqui esboçada, dispensamos como um todo o apelo a expedientes como coerção para entender a detelicização (AU)

Processo FAPESP: 04/12571-3 - Telicidade e detelicizacao.
Beneficiário:Renato Miguel Basso
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado