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Efeito da incubação de enterotoxinas estafilococicas e do lipopolissacaride na agregação e na adesão de plaquetas humanas

Texto completo
Autor(es):
Rafael Prada Morganti
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Edson Antunes; Ivani Aparecida de Souza; Lucia Rossetti Lopes; Jose Luiz Donato; Marcelo de Carvalho Ramos
Orientador: Edson Antunes
Resumo

A sepsis é a segunda causa de morte em pacientes internados em unidades de tratamento intensivo não coronariano. Pacientes com sepsis apresentam anormalidades plaquetárias como trombocitopenia, prolongamento do tempo de coagulação, coagulação intravascular disseminada, trombose microvascular maciça e sangramentos. Entretanto, os mecanismos envolvidos nestas alterações plaquetárias ainda são mal compreendidos. O objetivo deste trabalho foi investigar as ações do lipopolissacarídeo (LPS) de E. coli, e de enterotoxinas de Staphylococcus aureus (SEA e SEB), na adesão e na agregação de plaquetas humanas, bem como os mecanismos envolvidos nesses fenômenos. As plaquetas foram expostas ao LPS, SEA ou SEB em diferentes concentrações e tempos de incubação para avaliação in vitro da adesão ou agregação. Além disso, realizou-se experimentos para verificar o papel do óxido nítrico (NO) e de espécies reativas de oxigênio nas ações induzidas pelo LPS, SEA e SEB, assim como a sinalização intracelular (mobilização de Ca+2) e ativação do receptor do fibrinogênio glicoproteína IIb/IIIa (GPIIb/IIIa). A incubação de plaquetas com LPS, SEA e SEB por períodos 5 a 120 min inibiu a adesão espontânea das plaquetas ao fibrinogênio, sendo esta inibição dependente da concentração e do tempo de incubação. A adesão de plaquetas ativadas com trombina também foi inibida após incubação com LPS, SEA ou SEB por 5 a 120 min. Porém, a inibição em plaquetas ativadas foi menor quando comparada à inibição da adesão espontânea. Esta inibição ocorreu de forma independente de aumentos intraplaquetários de GMPc e AMPc. Com o objetivo de se entender o mecanismo de ação envolvido na inibição da adesão plaquetária pelo LPS, SEA e SEB as plaquetas foram pré-tratadas com os seguintes agentes farmacológicos: superóxido dismutase (seqüestrador de ânion superóxido), polietilino glicol superóxido dismutase (seqüestrador de ânion superóxido intracelular), polietileno glicol catalase (degrada peróxido de hidrogênio), puromicina e ciclohexamida (inibidores de síntese protéica). Em conjunto, nossos dados mostraram que o efeito inibitório do LPS não envolve aumento de anion superóxido (O2 -) e de peróxido de hidrogênio (H2O2), nem a formação de proteínas neo-sintetizadas, e alterações na ativação da GPIIb/IIIa. Por outro lado, o LPS reduziu significativamente o influxo externo de cálcio, sem afetar a mobilização intracelular deste cátion. Em relação às enterotoxinas estafilocócicas, a síntese de neo-proteínas e aumento de O2 - não tem papel direto sobre a inibição plaquetária, embora um aumento nas concentrações de H2O2 intracelulares esteja ligado a esta resposta. Em conclusão, a exposição ao LPS inibiu a adesão a agregação plaquetária, dosee tempo-dependente, inibindo a influxo de cálcio; da mesma forma, a incubação com SEA ou SEB inibiu a adesão de plaquetas ao fibrinogênio, por um mecanismo que envolveria a formação de H2O2 (AU)

Processo FAPESP: 03/05825-6 - Mecanismo de ação de enterotoxinas estafilocócicas e do lipopolissacáride na agregação e na adesão de plaquetas humanas
Beneficiário:Rafael Prada Morganti
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto