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Questão moral e constituição do sujeito em contos de Machado de Assis

Texto completo
Autor(es):
Ana Carolina Sa Teles
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Hélio de Seixas Guimarães; Pedro Meira Monteiro; Cleusa Rios Pinheiro Passos
Orientador: Hélio de Seixas Guimarães
Resumo

Esta dissertação aborda a questão moral e questões relativas à constituição do sujeito em contos de Machado de Assis. Os contos analisados pertencem às décadas de 1870 e 1880. Os títulos são: Ponto de vista (Quem desdenha...), de Histórias da meia-noite; O sainete; D. Benedita (Um retrato), de Papéis avulsos; Galeria Póstuma, Uma senhora, de Histórias sem data; e O enfermeiro, de Várias Histórias. Em vários dos contos, os protagonistas são confrontados por impasses de identidade, impasses de subjetivação ou ainda por dilemas morais, que acarretam em diferença subjetiva. Em adição, o narrador propõe dilemas estéticos e éticos que indagam o leitor, no gesto de leitura e interpretação. Desde Ressurreição, romance de 1872, Machado de Assis operara um deslocamento do foco da narração de costumes para o enfoque do contraste entre dois caracteres. Também em artigo de 1878 sobre O Primo Basílio Machado havia levantado uma grande polêmica, que fez parte do que Roberto Schwarz nomeou, por exemplo, como militância anti-realista do autor. No artigo a O Primo Basílio, Machado declarou a preferência pelos caracteres, pelas paixões e pela verdade moral na composição do drama. Já no século 20, uma corrente crítica inaugurada na década de 1930, em especial, por Augusto Meyer e Lúcia Miguel Pereira, interpretou Machado de Assis pelo viés do subterrâneo. Eles abriram caminho para uma crítica machadiana que considerasse, por exemplo, a psicanálise como interface na recepção literária. Lembremos, contudo, que Augusto Meyer era também tributário de Alcides Maya e responsável pelo esclarecimento de vínculos entre a ficção machadiana e a tradição de escritores moralistas. Nesse sentido, no século 20, não apenas a crítica machadiana psicológica ganhou espaço, como também a crítica que enfocou a questão moral. Entre os críticos machadianos que investigaram a questão moral, encontramos, por exemplo, o próprio Augusto Meyer, Alfredo Bosi, Ivan Teixeira, José Luiz Passos e Pedro Meira Monteiro. (AU)

Processo FAPESP: 11/05148-0 - Constituição do sujeito e questão moral em contos de Machado de Assis
Beneficiário:Ana Carolina Sá Teles
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado