Estudo eletrofisiologico dos efeitos da injecao intravitrea de acido micofenolico (mpa) na retina de coelhos.

Resumo

O presente trabalho utilizará a medida do eletrorretinograma em coelhos para avaliar uma forma alternativa de aplicação do Ácido Micofenólico no tratamento da uveíte, uma doença ocular inflamatória. O Micofenolato de Mofetila (MMF) é um potente medicamento imunossupressor e vem sendo utilizado com sucesso no tratamento de uveítes. O MMF é uma pró-droga, que é transformado no fígado em ácido micofenólico (MPA), o imunossupressor ativo. O uso de MMF causa efeitos colaterais e, para diminuir esses efeitos, será proposta nesse projeto a injeção intravítea de MPA em coelhos para testar sua eficácia e possíveis danos ao sistema visual. Apesar da preferência por uso de corticoesteróides, uma gama de drogas imunossupressoras têm sido descritas como possivelmente muito eficientes no tratamento de doenças oculares inflamatórias. O MMF é considerada uma droga eficaz no tratamento de rejeição de transplante de órgãos sólidos e vários distúrbios autoimunes. O objetivo desse estudo é avaliar a diferença em funções da retina medidas pelo eletrorretinograma em coelhos (Oryctolagus cuniculus) tratados com ácido micofenólico sob diferentes formas de administração (via oral e injeção intravitreal). A dose aplicada por via oral será calculada de acordo com o peso de cada animal e serão utilizadas quatro doses intravítreas de MPA (1000, 200, 50 e 5ug). A análise dos diferentes grupos será realizada através do eletrorretinograma (registro de potencial elétrico da retina). Um dos indicadores funcionais será a curva de sensibilidade espectral, que fornece informações sobre a sensibilidade dos fotorreceptores a cada comprimento de onda. Serão medidas a função intensidade-resposta e a resolução temporal, e será também analisada a forma do ERG, computando-se amplitude e latência para as ondas a, b e para os potenciais oscilatórios. A avaliação de diferentes funções visuais e diferentes parâmetros do eletrorretinograma após injeção intravitreal de MMF poderá auxiliar na determinação de possíveis alterações nas respostas elétricas das células da retina, podendo-se distinguir possíveis reflexos do uso da droga em diferentes estruturas da refina. (AU)