Consórcio entre periodontopatógenos e espécies não-orais e suas interações com células epiteliais da cavidade oral em indivíduos com saúde e doença periodontal.

Resumo

A cavidade oral abriga mais de 700 espécies de bactérias. Além das espécies que compõem os complexos responsáveis pela saúde e doenças do periodonto, outras espécies que normalmente não habitam estes nichos, mas que apresentam relevância como patógenos de doenças sistêmicas, principalmente em indivíduos hospitalizados e ou imunocomprometidos, vêm sendo isoladas de diferentes sítios orais. Estas bactérias poderiam não só colonizar certos tecidos do epitélio bucal como invadir determinadas células antes de ganhar acesso a outros sítios anatômicos. É possível que o estado de doença periodontal promova uma melhor adaptação destes microrganismos a estes sítios e funcione como um reservatório para infecções recorrentes. Outro aspecto relevante da ecologia oral é a associação entre dois ou mais microrganismos. O consórcio entre bactérias da microbiota oral, periodontopatógenos ou não, pode favorecer sua colonização e permanência no sítio, bem como aperfeiçoar mecanismos de patogenicidade, tais como aderência e invasão. A fim de validar esta hipótese, técnicas de PCR e hibridização com sondas de oligonucleotídeos marcados com fluoresceínas associado à microscopia confocal serão empregadas, a partir de coleta direta de células epiteliais do sulco gengival de indivíduos com saúde e doença periodontal. Estudos de aderência e invasão dos microrganismos isolados e em consórcio serão realizados com células epiteliais da linhagem KB a fim de se confirmar os resultados anteriores in vivo. Poucos estudos têm sugerido que a aderência e invasão de células epiteliais por Tannerella forsythia seja um mecanismo de virulência plausível e apenas algumas estruturas de superfície identificadas até o momento são endereçadas a estas participações. Tão pouco se conhece o papel destas estruturas nas interações de consórcio benéfico com outros microrganismos da cavidade oral. Para tal, o presente estudo utilizará metodologias de isolamento, purificação, identificação e caracterização de moléculas de superfície de T. forsythia e ensaios de inibição de aderência e invasão de células epiteliais KB. (AU)