Biodiversidade e distribuição das diatomáceas na Represa Billings, São Paulo: influência do hábitat e da compartimentalização do sistema

Resumo

A degradação dos ecossistemas aquáticos continentais tem sido apontada como um dos grandes desafios do século XXI. A represa Billings, maior reservatório de água da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), possui apenas ¼ de sua capacidade utilizada para o abastecimento público, devido à deterioração de suas águas. Este trabalho é proposto tendo por base a heterogeneidade espacial da qualidade da água do complexo Billings, bem como as respostas das diatomáceas frente a processos de eutrofização. Pretende analisar a biodiversidade e a distribuição das diatomáceas em diferentes hábitats (planctônico, perifítico e em sedimentos recentes) e em compartimentos espaciais do complexo Billings, visando contribuir para a caracterização da qualidade ecológica desses compartimentos, bem como avançar o conhecimento autoecológico das diatomáceas de regiões tropicais. As amostragens serão realizadas nos braços Rio Grande, Rio Pequeno, Taquacetuba e região da Pedreira. Em cada braço serão amostrados de três a quatro locais para o perifiton e fitoplâncton, em duas épocas do ano. O sedimento superficial, por representar uma escala de tempo integrado, será amostrado uma vez. As amostras serão acompanhadas de análises físicas e químicas da água e do sedimento. Para o tratamento dos dados serão utilizadas análises multivariadas de ordenação e classificação. A proposta é pioneira para o país não apenas pela área de estudo, mas também pela integração das respostas das diatomáceas em diferentes hábitats: água (plâncton e perifíton) e sedimentos recentes. Ainda, subsidiará projeto maior, fornecendo informações autoecológicas com vistas à elaboração de banco regional de dados sobre as diatomáceas dos reservatórios da RMSP e futura aplicação em modelo de função de transferência (diatomáceas-fósforo).