Pesquisa de agentes virais de doenças hemorrágicas em cervídeos brasileiros: estudo retrospectivo.

Resumo

No Brasil existem atualmente oito espécies de cervídeos (DUARTE, 2007), das quais duas apresentam um status de conservação vulnerável. O declínio populacional das espécies deve-se principalmente às alterações e perda do habitat, devido ao avanço de fronteiras agrícolas e urbanas, enfermidades e atividades predatórias de caça. As doenças introduzidas por gado bovino são uma das principais causas de mortalidade, uma vez que inúmeras doenças virais, bacterianas e parasitárias comuns ao gado afetam os cervídeos (PINDER & LEEUWENBERG, 1997). Os achados anatomopatológicos podem ser sugestivos para muitas doenças, porém em alguns casos as lesões macroscópicas de diversas enfermidades são muito semelhantes, necessitando de técnicas complementares para o diagnóstico. Assim, os animais acometidos pela doença epizootica hemorrágica (DEH), pela língua azul (LA) e pela doença hemorrágica por adenovirus (DHA) apresentam na necropsia aspectos semelhantes como enterite hemorrágica, edema pulmonar e petéquias e sufusões em inúmeros órgãos. No Departamento de Patologia Veterinária da FCAV-UNESP foram realizadas nos últimos 16 anos um total de 208 necropsias de cervídeos brasileiros, tanto de vida livre como de cativeiro. Como em muitos casos as lesões macroscópicas foram semelhantes e sugestivas para diversas doenças, esse estudo retroativo visa fazer um levantamento da ocorrência das três doenças virais citadas acima. Os materiais de arquivo (blocos de parafina) existentes no Departamento de Patologia serão utilizados na confecção de lâminas histológicas e lâminas para realização de técnicas moleculares e de imunoistoquímica para elucidar os possíveis agentes virais envolvidos.