Desenvolvimento de um modelo experimental da apnéia obstrutiva do sono em ratos

Resumo

A apnéia obstrutiva do sono é o mais frequente distúrbio do sono, acometendo até 33% da população adulta. Numerosos estudos sugerem que a AOS pode induzir e/ou agravar síndromes cardiovasculares como a hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, etc. Os mecanismos que levam a estes quadros e ou seu agravamento ainda não estão esclarecidos. Os modelos animais usados atualmente para estudar estes mecanismos não replicam a hipercapnia e o esforço respiratório observado AOS. Desenvolvemos recentemente um balão inflável contido num tubo rígido de Teflon. O tubo com o balão é implantado na traquéia do rato. A respiração, portanto pode ser bloqueada no rato acordado pela inflação do balão, sem induzir dor na traquéia. Resultados preliminares indicam Resultados preliminares indicam que: a. os implantes são bem tolerados por várias semanas; 2. a inflação do balão provoca intenso esforço respiratório, acompanhado de hipertensão e bradicardia acentuadas; 3. Inflações repetidas induzem ajustes cardiovasculares similares, sugerindo ausência de adaptação/habituação; 4. os ajustes cardiovasculares não são abolidos pelas desnervação dos quimioceptores periféricos; 5. as respostas pressora e bradicárdica são exacerbadas em animais espontaneamente hipertensos. Pretendemos desenvolver este método de modo a permitir a sua utilização por períodos prolongados. Além disto, pretendemos combinar este método com o registro crônico de eletroencefalograma e eletromiograma para induzir os períodos de apnéia apenas durante o sono espontâneo. Avaliaremos os efeitos agudos e crônicos provocados pela apnéia no sistema cardiovascular, e o papel de quimiorreceptores arteriais nestes efeitos. (AU)