Aplicação de xilanases livres e imobilizadas para produção de xilooligossacarídeos de bagaço de cana-de-açúcar

Resumo

Bagaço de cana é matéria-prima abundante no Brasil. Ela contém cerca de 30% de hemicelulose (m/m), que é formada de vários heteropolímeros, sendo o principal, xilana, um polímero de xilose. Etanol, xilitol e xilooligossacarídeos (XOS), pequenos oligômeros de xilose (2-5 unidades), são possíveis produtos a serem obtidos de xilose. Diferentemente do requerido para produção dos dois primeiros, a produção de XOS a partir de material lignocelulósico requer extração mais branda de hemiceluloses, para se obter oligômeros de xilana, evitando-se a hidrólise completa desta a xilose, cuja separação é cara. Após obtenção dos oligômeros, estes deverão ser submetidos a hidrólise controlada, evitando-se, também nesta etapa, geração de xilose. Isso pode ser feito utilizando-se endoxilanases. Enzimas são potentes catalisadores, mas também solúveis e caros. A imobilização delas pode reduzir os custos da hidrólise enzimática. Neste projeto, pretende-se estudar diferentes condições de extração, com dois tipos de pré-tratamento, organossolve com etanol e alcalino com NaOH, visando determinar condições de extração adequadas para obtenção de oligômeros de xilana. Serão realizados estudos cinéticos da hidrólise de xilana comercial com diferentes complexos de xilanases, para selecionar o melhor complexo e as mais adequadas condições de hidrólise para produção de XOS. Xilanases selecionadas serão imobilizadas e estabilizadas e será estudada a hidrólise de oligômeros de xilana extraídas de bagaço de cana, com as enzimas livres e imobilizadas. (AU)