Ansiedade social e de performance musical: efeitos agudos da ocitocina e Ayahuasca na voz, no reconhecimento de expressões faciais e nos sintomas clínicos e cognitivos

Resumo

Embora diversos medicamentos sejam utilizados na terapêutica da ansiedade social (TAS) e da ansiedade de performance musical (APM), existe ainda uma grande dificuldade no tratamento destes transtornos, pois além dos efeitos colaterais, que podem reduzir a aderência ao tratamento, muitas das drogas não produzem efeitos terapêuticos em boa parte dos pacientes, gerando um alto índice de não-remissão. Assim, o estudo de novas ferramentas farmacológicas para o tratamento do TAS/ APM se faz necessário. Neste contexto, objetiva-se avaliar os efeitos da ocitocina e ayahuasca na ansiedade. Para tanto, realizar-se-á três estudos distintos, de metodologia experimental, com os seguintes objetivos específicos: a) avaliar os efeitos comportamentais, subjetivos e cognitivos (cognição social) de uma dose única de ayahuasca em sujeitos com diagnóstico de ansiedade social, em comparação a sujeitos controle sem tal diagnóstico; b) avaliar os efeitos da ansiedade na voz cantada e os efeitos agudos da ocitocina na performance e no padrão de voz de músicos durante um teste de simulação de performance musical e, c) avaliar a cognição social em músicos por meio de uma tarefa de reconhecimento de expressões faciais de emoção e testar os efeitos agudos da ocitocina, em função do nível de ansiedade de performance musical. De acordo com resultados prévios de estudos conduzidos por nosso grupo de pesquisa, acredita-se que as substâncias testadas possam ter um efeito ansiolítico agudo no TAS e na APM, preenchendo a necessidade de substâncias com tal perfil de ação e com menores indicadores de efeitos colaterais, seja a nível clínico ou da performance (especialmente na voz). (AU)