Toxicidade e mutagenicidade do corante natural alizarina

Resumo

O corante alizarina (1,2-dihidroxiantraquinona) é uma antraquinona usualmente extraída da planta Rubia tinctorum. Dessa planta também é possível extrair o madder, um corante amplamente utilizado no tingimento de tecidos, que possui majoritariamente alizarina em sua composição. Com isso, a alizarina pode atingir o ecossistema aquático através do lançamento dos efluentes das indústrias têxteis. A alizarina apresentou toxicidade aguda para planta aquática Lemna gibba e microalgas do fitoplâncton, e toxicidade fotoinduzida à Hyalella azteca. Além da toxicidade, a alizarina apresentou mutagenicidade no teste de Ames e foi carcinogênica para ratos. Dessa forma, é importante complementar informações sobre os efeitos adversos que a alizarina pode causar em diferentes organismos, incluindo dados sobre a resposta após a exposição a diferentes condições de luz, tendo em vista que no ambiente aquático, a reação de fotossensibilização das antraquinonas pode gerar espécies reativas de oxigênio. Para obter dados ecotoxicológicos com alta qualidade, é necessário observar os critérios de confiabilidade e relevância propostos pelo Criteria for reporting and evaluating ecotoxicity data (CRED). Diante disso, o presente projeto, tomando como base o CRED, objetiva avaliar a toxicidade da alizarina para a alga Raphidocelis subcapitata, o microcrustáceo Daphnia similis, o anfípode marinho Parhyale hawaiensis e o peixe Danio rerio. Com esses resultados, será proposto um Predicted No Effect Concentration (PNEC) para a alizarina. A fotoindução da alizarina também será avaliada em três condições (claro, escuro e fotoperíodo) para D. similis e P. hawaiensis. A mutagenicidade será verificada in vivo pelo teste de micronúcleo com P. hawaiensis.