Análise dos efeitos da superexpressão do gene da PRMT6 na virulência de Leishmania

Resumo

A leishmaniose é uma doença de alta prevalência em regiões tropicais e subtropicais, acometendo quase 90 milhões de indivíduos em todo o mundo. A ausência de vacinas e quimioterápicos que combinem eficácia e baixa toxicidade mantém o impacto da doença e torna possível o aumento de cerca de 2 milhões de novos casos a cada ano. Para combater o parasito, é de interesse compreender suas diferenças biológicas em relação aos hospedeiros e os mecanismos de regulação de expressão gênica. Moléculas envolvidas neste processo têm sido investigadas, de modo a averiguar sua potencial participação e efeito sobre a virulência dos parasitos. Arginina metil-transferases (PRMTs) têm se revelado importantes na regulação de diferentes eventos relacionados à expressão gênica, ao promover a metilação de argininas de proteínas, tais como histonas e proteínas ligantes de RNA (RBPs), e dessa forma modificar a atuação/interações das mesmas. Em decorrência disso, elas participam indiretamente da regulação de atividade de transcrição, processamento e estabilização de transcritos, como demonstrado em mamíferos e levedura. Em tripanossomatídeos, demonstrou-se a existência de PRMTs de T. brucei que atuam de forma similar às de outros organismos. Tiago Ferreira investiga, em nosso laboratório, a PRMT7 de L. major, e demonstrou uma correlação negativa entre níveis de expressão desta proteína e os níveis de virulência de L. major. É nesse contexto que surge nosso estudo, que tem como proposta analisar a participação da proteína PRMT6 em L. major e L. donovani sobre o nível de virulência dos parasitos, a partir de transfectantes superexpressores da proteína. Nossa proposta é realizar experimentos de infecção in vitro e in vivo e avaliar comparativamente a infectividade dos transfectantes controle e superexpressor de PRMT6 nas duas espécies mencionadas.