Remodelamento de ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 e ômega 6 em vesículas extracelulares liberadas por células de Melanoma: alteração de resposta à radioterapia?

Resumo

O Melanoma é considerado um dos mais preocupantes tipos de Câncer, uma vez que sua incidência tem aumentado rapidamente no mundo todo e ainda não existe uma terapia efetiva para a doença metastática. As terapias convencionais, como quimioterapia e radioterapia, não têm sido efetivas na maioria dos casos, devido à resistência intrínseca/extrínseca observada em células de Melanoma. Na última década, Vesículas Extracelulares (VEs) têm atraído muito interesse como importantes mediadores na comunicação intercelular, uma vez que são capazes de ativamente alterar o microambiente tumoral, estimulando a progressão do tumor. Neste sentido, VEs têm sido consideradas como potenciais fontes para a descoberta de novos biomarcadores no Câncer. Recentemente, uma ferramenta promissora na pesquisa de vesículas e, mais especificamente no contexto do Câncer, tem emergido, é a lipidômica, a qual estuda além do perfil geral lipídico, também alterações na composição lipídica. Interessantemente, tem sido demonstrado um enriquecimento em certos tipos de lipídeos na membrana de VEs, dentre eles, glicoesfingolipídeos, colesterol, esfingomielina e fosfatidilserina, provenientes de células tumorais. É de extrema relevância considerar que apesar de existirem estudos contribuindo para o entendimento da alteração da composição lipídica em VEs, nenhum estudo ainda avaliou a influência da presença de ácidos graxos poliinsaturados das famílias ômega 3 e ômega 6 (PUFA ômega 3 e ômega 6) e sua incorporação em fosfolipídios presentes em membranas plasmáticas de VEs. Assim, a proposta deste projeto será investigar o impacto de PUFA ômega 3, ácidos ±-linolênico, eicosapentaenóico e docosahexaenóico, além de PUFA ômega 6, ácidos linoleicos e araquidônico incorporados em fosfolipídios de VEs produzidas por células de Melanoma durante a exposição à radiação ionizante, e desta forma, avaliar possíveis alterações relacionadas ao processo inflamatório, e consequentemente, à progressão do tumor. (AU)