Imunogenicidade e segurança de doses de reforço da vacina CoronaVac em pacientes com doenças reumatológicas autoimunes

Resumo

A doença coronavírus 2019 (COVID-19) provou ser o maior desafio sanitário desde 2019. A vacinação é considerada a medida mais eficaz para a prevenção da disseminação, das hospitalizações e de mortes relacionadas à COVID-19. Entretanto, mais estudos focados em populações específicas, como as pessoas acometidas de doenças reumáticas autoimunes são necessários para o melhor aproveitamento das vacinas disponíveis. Nosso grupo mostrou anteriormente que as taxas de soroproteção e soroconversão, embora moderadas nessa população, foram menores aos de controles. Estratégias para melhorar a resposta vacinal nesse grupo, como por exemplo a administração de doses de reforço, são, portanto, necessárias. Nosso estudo anterior mostrou que a resposta humoral após apenas uma dose da vacina CoronaVac em indivíduos previamente infectados com SARS-CoV-2 ('recovered'), atingiu o platô semelhantemente nos pacientes reumatológicos e controles. Além disso, essa resposta foi muito superior à resposta vacinal de 2 doses em pacientes e controles sem infecção prévia pelo SARS-CoV-2 ('naive'). Esses resultados sugerem que doses de reforço em pacientes reumatológicos naive resultariam em um aumento expressivo de anticorpos capazes de conferir uma melhor soroproteção. Portanto, o objetivo desta proposta é avaliar a imunogenicidade e segurança de doses de reforço da vacina contra SARS-CoV-2 em pacientes com doenças reumatológicas autoimunes. Foram incluídos cerca de 1600 participantes (1200 pacientes e 400 controles sem doenças reumatológicas autoimune) que receberam a 3a dose da CoronaVac no dia 19 de setembro e tiveram os seus sangues colhidos e soros estocados para detecção dos anticorpos por imunoensaios (Indirect ELISA, LIAISON® SARS-CoV-2 S1/S2 IgG, DiaSorin, Italy) e SARS-CoV-2 sVNT Kit (GenScript, Piscataway, NJ, USA). Em outubro foi realizada uma nova coleta de sangue para avaliação da resposta humoral à terceira dose e caso ela tenha sido inadequada sos pacientes foram ainda encaminhados para receberem a 4a dose, e neste caso de vacina heteróloga. A incidência de casos, a hospitalização e mortes por SARS-CoV-2, e os eventos adversos após a vacinação de reforço serão registrados ao longo do estudo, bem como os sintomas pós infecção aguda de COVID-19.(AU)