Efeitos da suplementação de creatina sobre a formação de aminas aromáticas heterocíclicas em humanos

• Processo: 13/00632-7
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de outubro de 2013
• Data de Término da vigência: 31 de março de 2015
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Educação Física
• Pesquisador responsável: Bruno Gualano
• Beneficiário: Renato Tavares dos Santos Pereira
• Instituição Sede: Escola de Educação Física e Esporte (EEFE). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Neoplasias Suplementos nutricionais Aminas Creatina
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: aminas aromáticas heterocíclicas | câncer | Creatina | Efeitos adversos | Humano | suplementação | Biodinâmica

Resumo

A creatina tem sido considerada um suplemento nutricional efetivo não somente para aumentar a massa muscular e desempenho físico em indivíduos saudáveis, como também atenuar sintomas em doenças caracterizadas por atrofia muscular, neurodegeneração e distúrbios energéticos. Contudo, há a especulação de que a creatina poderia apresentar potencial efeito carcinogênico. O processamento de alimentos, em especial a fritura, está associado com a geração de substâncias mutagênicas e cancerígenas, conhecidas como produtos amino-imidazo-azaarenes, ou, genericamente, como aminas aromáticas heterocíclicas (HCA). Dentre as principais HCA, destacam-se o 2-amino-1-metil-6-fenilimidazo[4,5-b]piridina (IFP), 8-metil-imidazo-quinoxalina (8-MeIQx), 4,8-dimetil-imidazo-quinoxalina (4,8-DiMeIQx) e Imidazo-piridina (PhIP). A formação de HCA resulta da reação conjugada de três precursores: creatina/creatinina, aminoácidos livres e hexoses. Considerando-se o eminente papel carcinogênico de HCA, bem como seus mecanismos químicos de formação, torna-se de suma importância investigar se a suplementação de creatina é capaz de elevar a formação de tais compostos. O objetivo principal do presente estudo é examinar, em voluntários saudáveis, o efeito da suplementação de Cr na formação de HCA (MeIQx, 4,8-DiMeIQx, PhIP e IFP) e seus metabólitos. Para tanto, será conduzido um estudo prospectivo, cross-over, unicego, no qual 15 voluntários saudáveis serão submetidos à suplementação de glicose (placebo; 20g/dia em 4 doses de 5g ao longo de 7 dias) e, em seguida, creatina (20g/dia em 4 doses de 5g ao longo de 7 dias). Antes e após cada intervenção (placebo e creatina), serão analisadas as concentrações de HCA (MeIQx, 4,8-DiMeIQx, PhIP e IFP) em amostras de urina de 24 horas, por meio da técnica de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS). A ingestão alimentar será avaliada por meio de recordatórios alimentares de 3 dias, aplicados no período basal e após as intervenções com placebo e creatina, de modo a assegurar que alterações na dieta não são responsáveis por possíveis alterações nas concentrações urinárias de HCA. Os dados serão expressos em valores individuais, média, desvio padrão, diferença estimada entre as médias e intervalo de confiança. Será utilizado Mixed Model (SAS) para análises de medidas repetidas e, quando pertinente, Post hoc de Tukey para comparações múltiplas. O nível de significância para se rejeitar a hipótese nula será ajustado em p < 0,05.