Os ácidos graxos (AG) podem influenciar o processo secretório de insulina induzido pela glicose. Os AG ω3 interferem em diversos processos fisiológicos, sendo que nas ilhotas pancreáticas, os AG ω3 colaboram para a diminuição da lipotoxicidade induzida pelo ácido palmítico. Ao ácido palmítico são atribuídos efeitos deletérios em diversos tecidos, assim como nas células β, onde ele promove a alteração da composição dos fosfolípides de membrana, do potencial elétrico da mesma e consequentemente do processo de extrusão dos grânulos de insulina. A exposição crônica das células β ao excesso de ácido palmítico é tóxica, provocando diminuição da resposta secretória de insulina, redução da oxidação e captação de glicose e aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs) que, em quantidades suprafisiológicas, irão contribuir para a falência e morte da célula β. As EROs podem ser de origem mitocondrial, através do metabolismo dos nutrientes ou ainda proveniente da ativação do complexo enzimático NADPH oxidase, o qual é modulado pela glicose e pelos AG, incluindo o ácido palmítico. Em contrapartida, os AG ω3 exercem efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes em diversos sistemas, contribuindo para melhora de perfil lipídico e resistência periférica à insulina. O objetivo deste trabalho foi verificar o possível efeito protetor dos AG ω3 contra os efeitos deletérios do ácido palmítico em células β pancreáticas. Nas células β, a partir dos resultados obtidos, a presença de AG ω3 mostrou-se eficaz para prevenir o dano secretório e o aumento de EROs, além de contribuir para manutenção da viabilidade celular e da captação de glicose nas ilhotas tratadas com ácido palmítico, desempenhando um importante papel protetor na célula β. (AU) |