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Engenharia de linfócitos T para o reconhecimento da leucemia linfóide aguca

Texto completo
Autor(es):
Carolina Dias Carlos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Pedro Otavio de Campos Lima; José Andrés Yunes; Sang Won Han; Fábio Cesar Gozzo; Jane Zveiter de Moraes
Orientador: Pedro Otavio de Campos Lima
Resumo

Introdução: A leucemia linfóide aguda (LLA) é o câncer mais comum em crianças, representando 31% de todos os tumores. O tratamento convencional em crianças com LLA baseia-se em regimes quimioterapêuticos que vêm apresentando bons resultados com taxas de cura em torno de 80 a 90%. Apesar disto, 10-20% das crianças apresentam falha da resposta à terapia de primeira linha, bem como a ocorrência de recidiva da doença. A imunoterapia com linfócitos T geneticamente modificados tem mostrado resultados promissores para o tratamento das recidivas. Nesta abordagem, um receptor quimérico (CAR) é expresso nos linfócitos T para reprogramar sua especificidade. Todavia, existem alguns aspectos limitantes para incorporá-la à conduta terapêutica regular, como: a grande quantidade de cada vetor a ser produzida, o número elevado de células a serem transduzidas, não obstante a expansão in vivo, o custo elevado da produção/purificação de vetores e transdução de linfócitos e susceptibilidade a apoptose dos linfócitos injetados, principalmente em um microambiente tumoral. Objetivo: Diante disso, propusemos otimizar a utilização da via glicolítica dos linfócitos usados em imunoterapia (CAR anti-CD19), de forma a uniformizar e melhorar o perfil bioenergético, tornando estes linfócitos mais eficazes na resposta e vida efetora útil. Métodos: Em nossa estratégia, linfócitos T foram modificados geneticamente ex vivo com vetores lentivirais para induzir a expressão simultânea de um receptor quimérico (CAR) anti-CD19 e do transportador de glicose GLUT1. Estas células reprogramadas foram estudadas em testes de função efetora in vitro. Resultados: Obtivemos sucesso na expressão do CAR anti-CD19 na superfície dos linfócitos T, com boas taxas de transdução entre 40 e 70%. A população de linfócitos T modificada com o CAR anti-CD19-GLUT1 possui uma expressão aumentada do transgene GLUT1 na membrana, gerando uma maior internalização de glicose. Estes linfócitos também apresentaram maior utilização da via glicolítica, maior respiração basal, capacidade máxima de respiração e reserva respiratória aumentadas. Há um aumento na produção de INF-gama e uma atividade efetora citotóxica específica capaz de reconhecer e eliminar o alvo leucêmico CD19+. Observou-se também uma maior resistência a apoptose em condições limitantes de glicose e uma maior vantagem proliferativa em resposta ao estímulo com a célula-alvo Nalm-6. Conclusões: A análise global dos resultados indica que a coexpressão do transportador de glicose GLUT1 com o receptor quimérico anti-CD19, promove uma vantagem bioenergética, produzindo um perfil de atividade efetora mais eficaz e talvez torne esta imunoterapia celular mais acessível aos pacientes com leucemia. No entanto, esta abordagem deve ser testada primeiramente in vivo, antes de considerada sua relevância clínica (AU)

Processo FAPESP: 15/03009-4 - Engenharia de linfócitos T para o reconhecimento da Leucemia Linfóide Aguda.
Beneficiário:Carolina Dias Carlos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado