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Papel da obesidade na rejeição ao transplante de pele experimental

Texto completo
Autor(es):
Fernanda Fernandes Terra
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/SDI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Niels Olsen Saraiva Câmara; José Carlos Farias Alves Filho; Denise Morais da Fonseca; Alexandre de Castro Keller
Orientador: Niels Olsen Saraiva Câmara; Rafael Ribeiro Almeida
Resumo

A obesidade é considerada um problema de saúde pública no Brasil, sendo associada a várias comorbidades crescentes nas últimas décadas e à inflamação crônica de baixo grau. Em razão disto, acredita-se que pacientes obesos estejam mais propensos a precisar de algum tipo de transplante ao longo da vida. No entanto, a contribuição da obesidade no contexto da rejeição de órgãos sólidos ainda é controversa. A rejeição ao enxerto continua a ser uma das principais complicações para os pacientes transplantados. Neste sentido, nós formulamos a hipótese de que a obesidade acelera a rejeição ao órgão transplantado por modular a resposta alogênica, favorecendo um perfil mais pró-inflamatório. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o papel da obesidade na rejeição ao transplante alogênico. Para tanto, induzimos a obesidade por dieta hiperlipídica (DH) durante 12 semanas em camundongos machos C57BL/6. Demonstramos que animais DH apresentam ganho de peso superior em comparação aos animais em dieta padrão (DP), além de desenvolverem intolerância à glicose. Avaliando o efeito da obesidade induzida por dieta na resposta aloimune pela transferência de pele da cauda de camundongos machos F1 (C57BL/6 x Balb/c, H-2b/d) ou C57BL/6 (H-2b) para o dorso de receptores DH e DP (H-2b), observamos que os DH rejeitam o enxerto semi-alogênico de pele mais rapidamente que os DP, sem interferir no transplante singênico. Essa rejeição precoce foi acompanhada pelo aumento na expressão gênica de il-17a nos linfonodos drenantes, bem como pela produção aumentada de IL-17A por células T CD4&#43, sem alteração na produção de IFN-g. Observamos também redução na população de células T CD4&#43CD25&#43FoxP3&#43 nos linfonodos drenantes dos animais DH. Ademais, observamos aumento na ativação das células dendríticas desses animais em relação aos DP nos linfonodos drenantes e no baço. Tendo em conta o papel da microbiota como um potencial modulador do sistema imune e respostas aloimunes, avaliamos sua contribuição no contexto da rejeição ao transplante. O tratamento de animais magros com antibióticos de amplo espectro antes do transplante reduziu a sobrevida do enxerto somente quando doador e receptor são tratados, porém por mecanismos ainda não estabelecidos. Contudo, o tratamento de animais obesos foi capaz de retardar a rejeição alogênica, em relação a obesos não tratados. O retardo na rejeição nos obesos tratados foi acompanhado pela redução na resposta de células TH17. Assim, estes resultados indicam que a obesidade tem impacto negativo no desfecho do transplante e isto pode decorrer, ao menos parcialmente, da disbiose associada à obesidade. (AU)

Processo FAPESP: 17/03248-4 - Papel da microbiota intestinal relacionada à obesidade no transplante alogênico de pele experimental
Beneficiário:Fernanda Fernandes Terra
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado