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Fatores nutricionais e biomarcadores metabólicos: impacto no risco e sobrevida de mulheres com câncer de mama

Texto completo
Autor(es):
Isabelle Romero Novelli
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Saúde Pública (FSP/CIR)
Data de defesa:
Membros da banca:
Nágila Raquel Teixeira Damasceno; Gabriela Villaça Chaves; Fernando Salvador Moreno
Orientador: Nágila Raquel Teixeira Damasceno; Alfredo Carlos Simoes Dornellas de Barros
Resumo

Câncer de mama (CM) é a causa mais comum de câncer no mundo e a principal causa de morte em mulheres. O CM é uma doença complexa e é classificada em tipos moleculares de acordo com a expressão do receptor de estrogênio (RE), receptor de progesterona (RP), receptor tyrosine-protein kinase erbB-2 (HER2) e proteína Ki67. Embora o CM seja multifatorial, há evidências científicas que indicam que componentes nutricionais podem ser relevantes durante as diversas etapas da carcinogênese, recidiva e sobrevivência. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel do estado nutricional e marcadores metabólicos em mulheres com CM. Trata-se de um estudo caso-controle realizado entre maio 2011 e agosto 2012. O grupo caso foi acompanhado até abril 2019, caracterizando um estudo de coorte. A partir destes grupos foram estruturados diversos manuscritos com delineamentos diferentes, segundo cada hipótese levantada, a saber: Manuscrito 1 - Coorte baseada no seguimento do grupo CM, Manuscrito 2 - Estudo transversal baseado em mulheres com CM Luminal A (RE positivo, RP positivo/negativo, HER2 negativo, Ki67 baixo) e; Manuscrito 3 - estudo transversal do tipo caso-controle. Os dados foram obtidos através de prontuários médicos, entrevista e avaliação antropométrica com uso de bioimpedância elétrica. As amostras de sangue foram coletadas após jejum de 12 horas e a partir dessas foram analisadas glicemia, hemoglobina glicada (HbA1c), insulina, fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), proteína 3 de ligação ao fator de crescimento semelhante a insulina (IGFBP-3), substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), ácidos graxos não esterificados (NEFA), dano oxidativo ao DNA (8-OH-dG), perfil lipídico (colesterol total - CT, colesterol associado à lipoproteína de baixa densidade - LDL-c, colesterol associado à lipoproteína de alta densidade - HDL-c e triacilgliceróis) e perfil de ácidos graxos incorporados às membranas eritrocitárias. Todos os testes estatísticos foram realizados no programa Statistical Package for Social Sciences® (SPSS), versão 21.0. Significância estatística foi considerada em p < 0,050. Os principais resultados do estudo mostram que mulheres com CM na pré-menopausa e com estadiamento clínico II e III tiveram um perfil lipídico mais aterogênico caracterizado pela diminuição do HDL-c, aumento do LDL-c, nãoHDL-c e apolipoproteína B (Apo B). Destaca-se que mulheres com CM e LDL-c e nãoHDL-c aumentados apresentaram maior chance de tumores maiores, enquanto mulheres com CM com maior HDL-c apresentaram menor risco. Mulheres com CM na pré-menopausa que apresentaram maior conteúdo de TBARS e NEFA no momento do diagnóstico tiveram menor sobrevida. Adicionalmente, mulheres com CM e tumores do tipo Luminal A tiveram maiores concentrações de glicose, IGF-1, IGFBP-3, IL1&beta;, IL6 e menores de IL10 comparadas com o grupo controle. Mulheres com com concentrações mais elevadas de TBARS, glicose e insulina apresentaram maior risco de CM Luminal A, enquanto aquelas com concentrações mais elevadas de adiponectina apresentaram menor risco de desenvolver CM Luminal A, mesmo quando controlados pelo estado de menopausa e IMC. Mulheres com CM apresentaram alterações no eixo IGF-1/insulina que foi sustentada no sobrepeso/obesidade e no aumento da adiposidade central. Observou-se que mulheres com concentrações mais elevadas de glicose, insulina e IGF-1 tiveram maior chance de desenvolver CM. Em conclusão, os resultados demonstram o relevante impacto dos marcadores metabólicos no risco de desenvolver CM e o seu impacto na sobrevida. Este estudo reforça a relevância das estratégias de prevenção relacionadas ao estilo de vida e nutrição a fim de diminuir incidência e melhorar a sobrevida de mulheres com CM. (AU)

Processo FAPESP: 18/18739-6 - Papel do Insulin Growth Factor 1 (IGF-1) na composição corporal, estresse oxidativo, tipo de tumor e sobrevida em mulheres com Câncer de Mama
Beneficiário:Isabelle Romero Novelli
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto