Eixo imune-pineal: efeito da poluicao atmosferica.

Resumo

A melatonina, indolamina que em organismos primitivos tem a função de defesa, passa a exercer também a função de hormônio marcador do escuro em vertebrados. Dados de nosso e de outros grupos permitiram propor a existência de um eixo imune-pineal. Citosinas pró-inflamatórias ou padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) ativam receptores localizados na glândula pineal impedindo a produção noturna de melatonina, o que facilita a montagem de uma resposta inflamatória. A supressão de melatonina noturna afeta diretamente a atividade de células endoteliais, facilitando a migração de leucócitos. Por sua vez, células imuno-competentes ativadas passam a produzir melatonina localmente, e esta atua como citoprotetor, participando da fase de recuperação da resposta inflamatória. Como o material particulado que forma a poluição do ar pode interagir com os mesmos receptores que os PAMPs nosso objetivo é verificar se a poluição pode ativar o eixo imune-pineal, suprimindo a produção noturna de melatonina e aumentando a adesividade de células endoteliais. Os estudos serão feitos em nível funcional e molecular de modo a rastrear as vias de sinalização operantes. O primeiro desfecho do projeto é o entendimento do eixo-imune pineal, e o desfecho utilitário é poder embasar a investigação de ações terapêuticas farmacológicas para proteger ou mesmo reverter efeitos lesivos gerados por poluição do ar. (AU)