Emprego de células tronco embrionárias humanas com superexpressão de FGF2 após avulsão de raízes ventrais medulares: neuroproteção e imunomodulação

Resumo

As lesões traumáticas da medula espinhal resultam em déficits neurológicos graves e, na grande maioria, irreversíveis. A avulsão de raízes nervosas é um tipo de lesão medular que desencadeia uma cascata de eventos moleculares que levam à degeneração retrógrada das fibras nervosas e morte neuronal na medula espinhal, ocorrendo degeneração de cerca de 80% dos motoneurônios, duas semanas após a lesão. Assim, a avulsão de raízes motoras tem se mostrado um modelo experimental reprodutível de degeneração de neurônios motores em ratos. Diversos trabalhos têm mostrado os benefícios da terapia celular, utilizando células tronco, na neuroproteção sobre os motoneurônios lesados e, consequentemente, no aumento da sobrevivência neuronal. Outros estudos têm mostrado que a terapia com o fator de crescimento de fibroblastos -2 (FGF2) estimula a neurogênese e a plasticidade sináptica em modelos de doenças neurodegenerativas. O presente estudo tem por objetivo investigar o efeito neuroprotetor do FGF2 sobre os motoneurônios alfa medulares em ratos Lewis após avulsão de raízes motoras. Para isso, foram construídas por bioengenharia células tronco embrionárias humanas que superexpressam FGF2 humano de modo induzido. Os animais serão divididos nos seguintes grupos experimentais: Grupo 1- avulsão de raízes motoras + selante de fibrina; Grupo 2- avulsão de raízes motoras + selante de fibrina + FGF2; Grupo 3- avulsão de raízes motoras + selante de fibrina + injeção de hES-FGF2-GFP + doxiciclina; Grupo 4- avulsão de raízes motoras + selante de fibrina + injeção de hES-FGF2-GFP; Grupo 5- avulsão de raízes motoras + selante de fibrina + injeção de célula tronco mesenquimal (CTM). Para avaliar a expressão de GFAP, Iba-1, sinaptofisina e OX-42 utilizaremos a técnica de imunohistoquímica; para avaliação da sobrevivência de neurônios motores medulares e sensitivos, utilizaremos a coloração de Nissl e posterior análise quantitativa (esteriológica) ao microscópio de luz. Já para a avaliação e quantificação relativa da expressão dos genes TNF±, IL1², IL10, MHC-I, CD3, BDNF e GDNF, utilizaremos a técnica qRT-PC.