Intervenções uricostática, uricosúrica e antioxidante em camundongos inoculados com o veneno de Crotalus durissus terrificus

Resumo

Os acidentes de envenenamento por picada de serpentes do gênero Crotalus são de grande importância médica, pela alta incidência de morbidade e mortalidade. A insuficiência renal aguda (IRA) é uma das complicações mais graves. Resultados recentes de nosso laboratório mostraram que a dose de 80% da DL50 do veneno de uma das principais espécies de Crotalus brasileiras causadoras de acidentes, a Crotalus durissus terrificus, produz 100% de incidência de hiperuricemia e hipoosmolalidade urinária, o que sugere ambas as alterações como sinais precoces da ação miotóxica e indireta do veneno (vCdt) desta serpente (Yamasaki et al, 2008). O estresse oxidativo, medido pelos teores de GSH e GSSG, também foi evidenciado como parte do mecanismo de ação nefrotóxica do vCdt. Neste sentido, drogas capazes de diminuir o ácido úrico e o estresse oxidativo poderiam potencialmente amenizar ou prevenir a IRA no envenenamento crotálico. O presente projeto pretende avaliar esta possibilidade, mensurando a letalidade e as alterações nos parâmetros da função renal e estresse oxidativo causadas pelo veneno de C. d. terrificus (80% da DL50) em camundongos tratados com representantes destas classes de drogas. Os resultados que se pretende alcançar devem contribuir para o conhecimento dos mecanismos da IRA induzida pelo vCdt e para evidenciar potenciais agentes complementares para a terapêutica do envenenamento pelo vCdt. (AU)