Estudo da composição de proteínas na área de invasão de carcinoma epidermóide por proteômica baseada em espectrometria de massas

Resumo

Cânceres de cabeça e pescoço são um grupo de câncer que envolve a cavidade oral, faringe e laringe. A maioria dos casos é de carcinoma espinocelular (CEC), o qual apresenta alta morbidade. Em câncer, mudanças no estroma dirigem a invasão e metástase, cujos processos são característicos da malignidade. Evidências recentes sugerem que a área de invasão na fronte dos carcinomas, ou seja, na interface do tumor-hospedeiro, apresenta perfil molecular e características morfológicas diferentes comparadas à área superficial do mesmo, podendo ser considerada como uma região interessante para identificar marcadores de prognóstico. Dessa forma, o objetivo desse estudo é identificar as proteínas presentes no estroma da fronte do tumor em comparação com as regiões do estroma do interior do tumor. Para isso, a microdissecção a laser (ML) será associada à espectrometria de massas (MS), técnicas que têm sido consideradas de alta robustez quando combinadas para a identificação de proteínas em tecidos tumorais de regiões específicas. Amostras teciduais fixadas em parafina provenientes do estroma da região frontal e do interior de tumores de CEC serão obtidas por ML seguida de extração e digestão das proteínas e análise por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas em tandem (LC-MS/MS). Os dados serão analisados por bioinformática com anotação funcional das proteínas. A partir dessas análises, a expressão de um grupo de proteínas será validada por Tissue Microarray (TMA). Ensaios funcionais para a avaliação funcional das proteínas de interesse também serão realizados para a correlação com os dados clínico-patológicos dos pacientes. Portanto, espera-se que esse estudo envolvendo a combinação das técnicas de ML, MS e bioinformática indique proteínas que possam elucidar os mecanismos de interação entre o estroma de tumores, sua progressão e invasão. Investigações da comunicação tumor-estroma e estroma-estroma podem revelar novas estratégias terapêuticas para o câncer oral. (AU)