Programa de estudos populacionais sobre consumo de alimentos ultraprocessados e saúde

Resumo

Este projeto temático (2022-2027) dá continuidade a projeto anterior (2016-2021) sobre consumo de alimentos ultraprocessados e saúde em sete países (incluindo o Brasil), do qual resultaram mais de cem artigos científicos que, publicados em sua maioria em revistas internacionais de alto impacto, tiveram grande influência sobre a ciência da Nutrição e sobre o desenho de políticas em alimentação e nutrição (no Brasil e em outros países). No projeto anterior, o objetivo foi o de avaliar o impacto do consumo de ultraprocessados sobre parâmetros da qualidade nutricional da dieta e, secundariamente, sobre a prevalência de obesidade. O presente projeto visa executar um ambicioso programa de pesquisa composto de cinco estudos. O primeiro envolve o acompanhamento de 100 mil participantes da Coorte NutriNet Brasil e o estudo, nessa coorte, da associação prospectiva entre consumo de ultraprocessados e incidência de doenças crônicas hoje responsáveis pela maior parte da carga total de doenças no Brasil (hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes, doenças cardiovasculares, gastrointestinais e renais, depressão e cânceres relacionados à alimentação). O segundo envolve o estudo das mesmas associações em dez outras coortes no Brasil (ELSA e Pelotas), Estados Unidos (Harvard e Framingham), Reino Unido (UK Biobank e ALSPAC), Holanda (Rotterdam Study, Alpha Omega Cohort, Generation R Study) e Austrália (Melbourne Collaborative Cohort Study) em colaboração com equipes de pesquisadores desses países. O terceiro, também colaborativo, estimará a carga total de doenças atribuível ao consumo de ultraprocessados em dez países. O quarto envolve a avaliação pioneira do impacto do consumo de ultraprocessados sobre as pegadas ambientais da dieta e sobre a agrobiodiversidade. O quinto focará a validação de instrumentos inovadores de coleta de dados para avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados. (AU)