Avaliação da citotoxidade e da neurotoxicidade local de anestésicos locais em formulações de liberação prolongada

Resumo

A atuação em clínica médica e odontológica relaciona-se predominantemente ao controle da dor, à sua eliminação ou à prevenção de sua ocorrência, sendo, portanto, o estudo da dor de grande importância. Com a descoberta dos anestésicos locais, que se caracterizam pela capacidade de abolir a dor sem a perda da consciência, o panorama do combate a dor sofreu mudança considerável. Várias pesquisas têm sido desenvolvidas com a intenção de conseguir o prolongamento da duração anestésica juntamente com a diminuição da toxicidade sistêmica. Um caminho muito promissor foi aberto com o desenvolvimento de formulações anestésicas de liberação prolongada que utilizam diferentes tipos de carreadores, como os lipossomas, ciclodextrinas e polímeros, que mantêm o fármaco por mais tempo e em maior concentração no sítio de ação. Diante da obtenção de resultados favoráveis em testes in vivo para avaliação da atividade farmacológica de formulações anestésicas de liberação prolongada (ARAÚJO et al., 2004, 2005, 2006; ARAÚJO, 2005; CEREDA et al., 2004; 2006), há a necessidade de um aprofundamento dos estudos em ensaios de toxicidade, com vistas à futura utilização clínica dessas formulações. Este trabalho pode ser considerado uma importante etapa no desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas de anestésicos locais de ação prolongada, tema central do projeto temático (Proc. FAPESP 2006/00121-9 - resumo anexado) em desenvolvimento, que abrange desde o desenvolvimento de novas formulações até os testes da atividade nonciceptiva em odontologia, passando pelo estudo da toxicidade local, onde este pedido se insere. Seus objetivos são: (I) avaliar a neurotoxicidade local através da análise histológica do nervo ciático de ratos, após a administração das formulações de bupivacaína e ropivacaína complexadas em ciclodextrinas (ARAÚJO, 2005) preparadas e caracterizadas no Laboratório de Biomembranas do Instituto de Biologia - UNICAMP ; (II) avaliar a citotoxicidade das formulações testadas sobre as células do tecido neural, através de ensaios de viabilidade celular em culturas purificadas de células de Schwann. (AU)